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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR 1)0 REINO DE PORTUGAL 405<br />

antigos Servau: O nome presente tomou da cida<strong>de</strong> Sião, situada sobre<br />

as ribeiras do gran<strong>de</strong> rio Menau. Os naturaes <strong>de</strong>vendo-se dizer Sione-<br />

zes, chamão-se Mantuays: e a cida<strong>de</strong> metropoli Odiah. Foi terceira em-<br />

presa dos Padres <strong>de</strong> Malaca, tentar se seria Deos servido, que fosse seu<br />

Santo Evangelho n'esta gran<strong>de</strong> província recebido: corria com bom suc-<br />

cesso em Solor. Esperava-se bem n aquelles primeiros tempos <strong>de</strong> Cam-<br />

boya. Não fazião medo os riscos, c trabalhos dos irmãos em numa parte,<br />

nem o sangue <strong>de</strong>rramado em outra. Antes era tudo invejado dos que<br />

vivião <strong>de</strong>scançados na quietação dos Conventos. E como Sião prometia<br />

tanto mais fertilida<strong>de</strong>, quanto maior era a seara, e havia novas certas da<br />

gente da terra não ser <strong>de</strong>safeiçoada ao trato, e conversação dos Portu-<br />

guezes, andava o Prior <strong>de</strong> Malaca com <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> lhe mandar bater nas<br />

portas, e oííerecer-lhe as novas, e meios da salvação. Governava aquelle<br />

Convento, e era Prelado <strong>de</strong> todos os Religiosos do Sul, o Padre Mestre<br />

<strong>Fr</strong>ei Fernando <strong>de</strong> Santa Maria. Pertendia com gran<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, não só<br />

ver eíTeituada a jornada; mas ser hum dos que nella entrassem. Che-<br />

gou-lhe <strong>de</strong> Goa no meio d'estes cuidados por Conventual, o Padre <strong>Fr</strong>ei<br />

Jeronymo da Cruz, vindo <strong>de</strong> fresco da Província. Trazia nome <strong>de</strong> muito<br />

espiritual, publicava <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> ser mandado, e alvoroços <strong>de</strong> servir. Não<br />

quiz o Prior difllrir occupal-o, e dar juntamente execução ao que trazia<br />

imaginado. E dando-lhe por companheiro o Padre <strong>Fr</strong>ei Sebastião do<br />

Canto, pessoa <strong>de</strong> boas letras, e partes quaes convinhão para a empresa,<br />

embarcou ambos na primeira passagem, que se oífereceo para Sião. O<br />

successo, que estes Padres tiverão em sua chegada, e estada, <strong>de</strong>ixamos<br />

escrito na primeira parte d'esta Crónica (1): on<strong>de</strong> nos pareceo que perten-<br />

cia, por razão <strong>de</strong> ser o Padre <strong>Fr</strong>ei Jeronymo filho do Convento <strong>de</strong> Lis-<br />

boa. Aqui bastará dizermos, que sendo recebidos com amor dos Man-<br />

tuays Gentios, e proce<strong>de</strong>ndo com gran<strong>de</strong>s esperanças <strong>de</strong> fazerem muito<br />

serviço a nosso Senhor, atalhou tudo o ódio dos Mouros, que erão mui-<br />

tos, e po<strong>de</strong>rosos na terra; usando <strong>de</strong> huma traça, e traição diabólica,<br />

com a qual matarão ás lançadas o Padre <strong>Fr</strong>ei Jeronymo, e <strong>de</strong>ixarão pas-<br />

sado <strong>de</strong> muitas feridas o companheiro. D'este caso fez relação o Prior<br />

<strong>Fr</strong>ei Fernando ao nosso Padre Geral a Roma, por huma carta, que anda<br />

impressa no fim das actas do nosso Capitulo geral, celebrado na mesma<br />

cida<strong>de</strong> no anno <strong>de</strong> 1571.<br />

Agora diremos o que mais succe<strong>de</strong>o ao companheiro, e o que o Rei<br />

ItJ Liv. 3. cap. 31.

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