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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL 145<br />

com milagres, mas não aponta nenhum. Miserável <strong>de</strong>scuido para em<br />

casa, cuja rnór antiguida<strong>de</strong> não passa <strong>de</strong> cemannos! Particulariza-se (Telia<br />

gran<strong>de</strong>, e aturado gosto em orar sempre, e hum piedoso requerimento,<br />

que tinha com Deos quotidiano. Pedia-lhe huma morte aliviada, com<br />

que nâo fosse penosa a suas irmãas. Adoeceo, e conheceo, que era a<br />

ultima citação do Geo, e que convinha acudir: recebeo os Sacramentos,<br />

e entrou em morrer ao terceiro dia. N'este ponto <strong>de</strong>sejou com gran<strong>de</strong><br />

anciã (e publicou o <strong>de</strong>sejo) <strong>de</strong> ver, e ter junto comsigo o Santíssimo<br />

Sacramento; como a verda<strong>de</strong> lhe estava dizendo, que tinha n ,<br />

aquella Sa-<br />

grada Hóstia o Altíssimo Hei do Ceo, e da terra, parecia-lhe que ten-<br />

do-a perto <strong>de</strong> si, seria acabar, in osculo Domini: nos braços, e abraços<br />

do Senhor. Não havia na terra quem em tal cousa a po<strong>de</strong>sso satisfazer.<br />

Acudio o mesmo Deos á sua serva, e consolou-a sem milagre, or<strong>de</strong>nan-<br />

do que pedisse a necessida<strong>de</strong> d'outra doente, que estava na mesma casa,<br />

que se lhe administrasse o Sacramento. Veio para a enferma, vio a que<br />

morria, adorou-o, e acabou consolada.<br />

Por huma das Religiosas antigas d'esta casa he contada a Madre So-<br />

ror Ambrósia <strong>de</strong> Santo Agustmho, e tão amiga da penitencia, que trou-<br />

xe toda a vida huma ca<strong>de</strong>a <strong>de</strong> ferro á raiz das carnes: ao que juntava<br />

não ter nunca outra cama, senão a terra fria, á imitação do nosso glo-<br />

rioso Patriarcha. Foi estranho caso o que succe<strong>de</strong>o em sua morte. Es-<br />

tando muito enferma, havia em casa huma servidora também doente,<br />

que a cada passo, e com gran<strong>de</strong> anciã perguntava pelo estado <strong>de</strong> Soror<br />

Ambrósia, e não dissimulava a causa. Dizia, que o dia em que Soror<br />

Ambrósia acabasse, havia <strong>de</strong> ser também ultimo para ella. O segredo,<br />

que n isto intervinha, não soube ninguém; mas não se fazendo caso do<br />

dito, foi publico o cumprimento d'elle, e tão certo, que no mesmo dia<br />

morrerão ambas. Podia ser que a Madre, como era tão santa, o tives-<br />

se revelado á servidora.<br />

De oitenta annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> passava a Madre Soror Paula da Concei-<br />

ção, quando a chamou a morte em vinte e quatro <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1C03.<br />

Da continuação, e fervor <strong>de</strong> sua oração se contão muitas cousas; e não<br />

menos da <strong>de</strong>vação, que tinha com Nossa Senhora do Rosário. Diremos<br />

algumas. A oração era <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> rezado o Santo Rosário por contas,<br />

rezar por livros; primeiro os sete Psalmos Penitenciaes, e logo hum Offi-<br />

cio inteiro <strong>de</strong> <strong>de</strong>funtos; e isto cada dia infallivelmente. Alem <strong>de</strong> todos os<br />

pesos do Coro, e <strong>de</strong> particulares memorias, quj fazia a diversos Santos,<br />

vol. iv<br />

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