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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL 77<br />

Maria Tates, Inez Fernan<strong>de</strong>s Tales, Domingas Lameira, Filippa Pereira,<br />

Maria Pereira, Isabel da Costa, Violante Loba, Isabel Corrêa, Catharina<br />

Casca, Joanna dOlivèira, e Genevra <strong>de</strong> Privizim.<br />

k primeira cousa em que enten<strong>de</strong>o a nova Prioresa, foi esten<strong>de</strong>r o<br />

animo a nova, e maior perfeição, fazendo conta <strong>de</strong> meter em casa a pri-<br />

meira regra, e maior perfeição, e mais rigorosa <strong>de</strong> S. Domingos; assim<br />

como trouxera a terceira. E para facilitar a estreiteza, que <strong>de</strong>terminava<br />

no modo <strong>de</strong> vida, quiz primeiro a alargar a morada, que foi gran<strong>de</strong> ali-<br />

vio. Porque até então vivião tão apertadamente, que fazia lastima o tra-<br />

balho que passavão: quasi não tinhão lugar on<strong>de</strong> respirar. Começou<br />

ajuntar esmolas, comprou seis moradas <strong>de</strong> casas, em que foi disenhando<br />

igreja, e sacristia, dormitório, e claustros, e casa para noviças. E<br />

apontão as memorias antigas, que entre as primeiras ofíicinas <strong>de</strong>putou<br />

casa para teares, sinal que' se não pertendia viver ociosamente nas horas<br />

que restassem do Coro.<br />

Foi gran<strong>de</strong>, e principal bemfeitor <strong>de</strong>ste Mosteiro, Dom Álvaro da<br />

Costa, que juntando com gran<strong>de</strong> bonda<strong>de</strong> hum assentado, e claro juizo,<br />

alcançou por estas v<br />

partes tanto lugar com el-Rei Dom Manoel, que do<br />

serviço <strong>de</strong> Guarda-roupa veio a ser seu Camareiro mór, e <strong>de</strong>ixou em sua<br />

família o oílicio <strong>de</strong> Amieiro mór dos Reis, e hum honrado património:<br />

E como era muito pio, e entendia que havia na casa verda<strong>de</strong>iro zelo do<br />

serviço <strong>de</strong> Deos, tinha por gloria trabalhai*, e <strong>de</strong>scntranhar-se por ellas.<br />

Achamos que á sua custa lhes fez o corpo da Igreja, e o Coro com suas<br />

ca<strong>de</strong>iras. E pelo tempo adiante edificou a Capella mór: e para se com-<br />

prarem as moradas <strong>de</strong> casas que atraz dissemos, <strong>de</strong>u <strong>de</strong> esmola cem mil<br />

réis em dinheiro: e por seu meio alcançou a Prioresa licença d'el-Rei,<br />

para toimr da rua publica quanto foi necessário para correi' direito o<br />

ediíicio novo. Era irmão <strong>de</strong> Dom Álvaro, Braz da Cosia, e verda<strong>de</strong>iro irmão<br />

em virtu<strong>de</strong>, e zelo. Conta-se <strong>de</strong>lle, que andava por casa dos fidalgos da<br />

corte, e da cida<strong>de</strong> pedindo, e juntando esmolas; e forão tantas, que fi-<br />

cou em lembrança passara a <strong>de</strong>speza, que se fez na fabrica, <strong>de</strong> quatro<br />

mil cruzados, que para aquelle tempo era gran<strong>de</strong> gasto.<br />

Tanto que a Prioresa se vio com a largueza <strong>de</strong> casa que pertendia,<br />

pareceo-lhe tempo <strong>de</strong> tratar da perfeição que <strong>de</strong>sejava; juntou as Reli-<br />

giosas em Capitulo, propoz lhe tudo o que n'este ponto se oflerecia;<br />

para a haverem <strong>de</strong> estimar, e abraçar, lembrava que para com Deos, e<br />

para com o mundo licarião ganhando muito. Porque, quanto a Deos em

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