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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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150 LI\R0 II DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

i CAPÍTULO XÍIÍ<br />

Fundação do Mosteiro <strong>de</strong> Nossa Senhora dn Consilação<br />

da cida<strong>de</strong> d' Elvas.<br />

Moradoras erão, e natnrnes da cida<strong>de</strong> d'Elvas, e por nascimento, e<br />

geração illustres duas molhores, que achando-se livres <strong>de</strong> obrigações do<br />

mundo, e com fazenda bastante para po<strong>de</strong>r passar nelle com hfima mediania<br />

<strong>de</strong> estado, <strong>de</strong>terminarão entregar-se a Deos com vida <strong>de</strong> recolhimento<br />

perpetuo. Tinhão bum bom aposento junto da Igreja, que boje be a maior<br />

e Catbedral da Cida<strong>de</strong>. E para escusarem todo género <strong>de</strong> eommereio na<br />

terra, e não verem, nem serem vistas, Gompuzerâo numa casa em ora-<br />

tório; com que ficarão em estado <strong>de</strong> lhes não faltar nada para <strong>Fr</strong>eiras,<br />

mais que habito, e voto. Nem lhes faltou habito, porque como antes <strong>de</strong><br />

se encerrarem viâo, e ouvião os <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s <strong>de</strong> S. Domingos no Convento<br />

que alli temos, contentou-lhes o Dominiro, vesíirão-se rfelle só por sua<br />

authorida<strong>de</strong>, e pela mesma se nomearão por <strong>Fr</strong>eiras da terceira Or<strong>de</strong>m<br />

e Regra. Era gente muito nobre, como temos dito. e os tempos pouco<br />

rigorosos. Não havia quem se atrevesse a obrigai-as á formalida<strong>de</strong> do<br />

voto, ou a <strong>de</strong>ixarem o habito, e nome. Mas n'esta vida livre, e arbitra-<br />

ria, acudia-lhes o Senhor com tanto espirito, que não era sua vida me-<br />

i)os, que <strong>de</strong> mui reformadas Religiosas. O que foi causa <strong>de</strong> se lhes irem<br />

chegando algumas molheres honradas, e crescerem em reputação, e honra,<br />

e nome como em numero. Vivião em commum. acudindo cada buma<br />

com o que tinha <strong>de</strong> renda para sustentação <strong>de</strong> todns. Usavão nomes a<br />

uso <strong>de</strong> Religião: porque sendo as duas irmãas (ilhas <strong>de</strong> Henrique do<br />

Mello, postos <strong>de</strong> parte os títulos, que o mundo preza, e que pelo ape-<br />

lido lhes pertencião, huma se fazia chamar Maria do Rosário, a outra<br />

Magdalena-da Cruz. Em fim tendo do ceremonial da Or<strong>de</strong>m quasi tudo,<br />

do essencial do voto, e obediência não tinirão nada. Notou isto hum Fi-<br />

dalgo honrado da terra; poz-lhe em pratica tomarem estado perfeito; e<br />

oíTereceo fabricar-íhes Mosteiro, como quizessem abraçar regra, e obser-<br />

yancia. Não fizerão ellas duvida; antes vendo que lhes fallava o Espirito<br />

Santo por boca <strong>de</strong> Pêro da Silva, que assim se chamava o Fidalgo, <strong>de</strong>rão<br />

logo sen consentimento, para se tratar <strong>de</strong> Mosteiro. Só apontnrão, que<br />

fosse da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> São Domingos; porque do habito huma vez escolhi-<br />

do, e vestido não querião fazer mudança. O fundamento com que Pêro

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