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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR DO RIÍIN0 DE PORTUOAL 423<br />

Passados alguns annos no 1620 se apresentarão cm Goa três Embaixadores<br />

<strong>de</strong>l-Rei <strong>de</strong> Àrracão, que vinhão mandados a pedir paz aoYiso<br />

Rei Dom João Coutinho, Con<strong>de</strong> do Redondo: e por ser falecido, fizerão<br />

sua embaixada ao Governador Fernão d'Àlbuquerque, que lhe succe<strong>de</strong>o,<br />

e com elle fizerão solemne assento <strong>de</strong> pazes. E por ser conveniente acom-<br />

panhal-os na volta huma pessoa <strong>de</strong> authorida<strong>de</strong> para assentar com el-<br />

Rei alguns pontos, que os Embaixadores para elle reservarão, chamou o Go-<br />

vernador ao Padre <strong>Fr</strong>ei <strong>Fr</strong>ancisco d^nnunciação, e lhe encommendou o<br />

cargo, dando-lhe juntamente commissão, e po<strong>de</strong>r para eleger Capitão dos<br />

Portuguezes, que resi<strong>de</strong>m no porto gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bengala, huma pessoa <strong>de</strong><br />

satisfação sua, e que o fosse também da do Rei da terra. Compoz o Pa-<br />

dre tudo <strong>de</strong> sorte, que com ficarem as cousas muito em prol do Esta-<br />

do, libertou <strong>de</strong> cativeiro sessenta Portuguezes, moradores do porto pe-<br />

queno <strong>de</strong> Bengala: os quaes o Àrracão tinha em ferros, por haverem se-<br />

guido contra elle as partes do Grão Mogor; que por outro nome chamão<br />

Aquebar, nos movimentos, e guerras passadas.<br />

CAPITULO XI<br />

Da hida que o Padre <strong>Fr</strong>ei Gaspar d* Assumpção fez a Bengala: igreja, e<br />

casa que edificou: e suecessos que riella houve, até ser <strong>de</strong>struída por<br />

infiéis, e tornada <strong>de</strong> novo a levantar.<br />

Como nossa tenção he fazer memoria não só das casas em que <strong>de</strong> presen-<br />

te a Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> São Domingos serve a nosso Senhor <strong>de</strong> assento n^ste Oriente;<br />

mas também <strong>de</strong> todas aquellas, em que algum tempo trabalhou: por essa ra-<br />

zão vamos proseguindo as jornadas, que achamos íizerão a esta conta os Re-<br />

ligiosos <strong>de</strong>lia: e as casas que fundarão, inda que não permanecerão. Nas<br />

quaes não po<strong>de</strong>mos guardar mais or<strong>de</strong>m, que tratar primeiro d'ellas, como<br />

vamos fazendo: e em segundo lugar diremos, das que hoje durão. íle<br />

Bengala huma das mais abundantes, e ricas províncias <strong>de</strong> tudo o que<br />

a terra <strong>de</strong> si produz, que ha em todo o Oriente; e por ser tal, aco<strong>de</strong>m<br />

a ella todos os homens, que por casos feos, ou costumes damnados não<br />

cabem entre os seus. Porque em chegando a Bengala, logo tem vida, e<br />

remédio, quer sigão a mercancia, quer as armas. E como a terra he <strong>de</strong><br />

Gentios, quem era <strong>de</strong>vasso na dos Christãos, fica com larga estrada para<br />

o Inferno. E assim reinava entre hum grosso numero <strong>de</strong> Portuguezes, que

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