29.06.2013 Views

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL 371<br />

cia do Capitão, c Governador da fortaleza, e <strong>de</strong> todos os nobres da ci-<br />

da<strong>de</strong>. Inda que não foi <strong>de</strong> dura esta gloria, pelo pouco que <strong>de</strong>pois se<br />

soube, que o novo soldado <strong>de</strong> Christo sustentou a Fé. Damnão muito<br />

exemplos caseiros, e são perores os paternacs. Tornou ao vomito.<br />

CAPITULO XX<br />

De novos trabalhos, que vierão sobre a Christanda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Solor: e <strong>de</strong> al-<br />

guns Religiosos, e outros naturaes, que ríelles <strong>de</strong>rão animosamente a<br />

vida pela confissão da Fé.<br />

Crescia a Santa Beligião em Solor com a paz, que gozava <strong>de</strong> fora, e<strong>de</strong><br />

casa, produzindo flores, e frutos <strong>de</strong> boas obras para o Ceo, c para a terra;<br />

quando apareceo novida<strong>de</strong>, que foi causa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> baixa rfella. Deu-se paz<br />

em Espanba aos Estados rebel<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Holanda, e Zelanda. e foi com tão pouco<br />

consi<strong>de</strong>radas condições, que sendo as índias Oriental, e Occi<strong>de</strong>ntal o thesou-<br />

ro, nervo, e nTedulla, que sustenta a Monarcbia <strong>de</strong> Espanba, não ficarão com-<br />

prebendidas n"ella, mas antes sugeitas â guerra, como primeiro. Per ma-<br />

neira, que os mesmos, que como mortaes inimigos, a fogo e sangue, nos<br />

guerreavão em Goa, e Malaca, vinhão estar comnosco em braços em Lis-<br />

boa, e Sevilha, gozando <strong>de</strong> todas as boas mercadorias <strong>de</strong> Espanha, sem<br />

as quaes não po<strong>de</strong>m viver, <strong>de</strong>ixando-nos a troco os seus espelhos, e al-<br />

finetes, que bem podíamos escusar. Miserável e enganosa paz, que a el-<br />

les fez ricos, e a Portugal não só empobreceo, mas assolou, pela gran-<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência, que temos do Oriente. Foi o caso, que como a índia<br />

não ficou bem cuberta com o escudo da paz, e <strong>de</strong> Portugal não acudi-<br />

rão soccorros, como convinha <strong>de</strong> mais armadas que as ordinárias: antes<br />

suece<strong>de</strong>o, mandarem-lhe Governadores, que nenhuma experiência Unhão<br />

<strong>de</strong> guerra: dêmos lugar, e quasi licença aos rebel<strong>de</strong>s, para sem nenhum<br />

risco, nem receio, encherem aquclles mares <strong>de</strong> navios, e as terras <strong>de</strong><br />

gente sua. E correndo livremente por tudo, carregarão mais no mar <strong>de</strong><br />

Malaca. Porque por elle navega toda a maior riqueza do Oriente. Tanto<br />

crescerão cm po<strong>de</strong>r, dado por nós mesmos, sem o querermos enten<strong>de</strong>r,<br />

que chegarão a dar batalha a nossas armadas, cercar Malaca, e outras<br />

fortalezas, e tomar-nos algumas. Que faria a pobre Christanda<strong>de</strong> <strong>de</strong> So-<br />

lor em tal conjunção ? E bastavão só os Mouros, com que está misturada,<br />

e outros das ilhas vizinhas, para lhe dar oppressão. Que faria com<br />

inimigos dobrados, c unidos? Desanimarão -se os bons, cresceo a malda-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!