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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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500 LIVRO VI DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

remate da vida; e acabou <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> dous dias. Porque o sngeito não es-<br />

tava em estado <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r resistir; e o Senhor queria coroar suas virtu-<br />

<strong>de</strong>s. Foi morte <strong>de</strong> cisne, que acaba cantando, tanto na paz, e alegria,<br />

com que a recebeo, como na efficacia das santas admoestações, com que<br />

se <strong>de</strong>spedio <strong>de</strong> lodos os cativos em geral, c particular. António <strong>de</strong> Sal-<br />

danha, e Diogo Marim tomarão á sua conta o oíficio da sepultura, que<br />

se fez o melhor, que o tempo, e a terra sofria, com mais lagrimas, que<br />

pompa, com mais sauda<strong>de</strong>s, e silencio, que vozes, nem cantos funeraes.<br />

CAPÍTULO XV<br />

Fundação do Mosteiro <strong>de</strong> <strong>Fr</strong>eiras do Sacramento em Lisboa sobre o rso,<br />

junto á ponte d' Alcântara.<br />

Passava <strong>de</strong> trinta annos, que esta Província não dava ouvidos a nenhum<br />

género <strong>de</strong> fundação <strong>de</strong> Conventos, quando se offereceo huma, que<br />

por muitas razoes pareceo digna <strong>de</strong> ser aceitada, e estimada. Erão os<br />

que a propunhão o Con<strong>de</strong> do Vimioso Dom Luis <strong>de</strong> Portugal, e a Con-<br />

<strong>de</strong>ça Dona Joanna <strong>de</strong> Castro Mendonça, sua molher, irmãa do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Basto, Dom Diogo <strong>de</strong> Castro. E obrigava muito huma circumstancia, que<br />

offerecião, que era <strong>de</strong> mais do dote do Mosteiro, entregarem á Religião<br />

<strong>de</strong> S. Domingos suas pessoas com raro exemplo em gente <strong>de</strong> tanta qua-<br />

lida<strong>de</strong>, executando entre si hum santo divorcio. De sorte, que ella to-<br />

masse o habito, e professasse na mesma csaa, que instituião: elle no<br />

Convento <strong>de</strong> S. Paulo dWlmada. Muitas cousas faz parecer novas o serem<br />

muito antigas, ou estarem já esquecidas do mundo. Semelhante<br />

caso <strong>de</strong>u principio ao nosso Convento <strong>de</strong> nossa Senhora da Pieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Azeitão, como atraz <strong>de</strong>ixámos escrito, só com differença na authorida<strong>de</strong>,<br />

e partes das pessoas, que erão muito inferiores, não no feito. Houve du-<br />

vidas sobre a quantia do dote, que os Con<strong>de</strong>s prometião, que era <strong>de</strong><br />

duzentos mil réis <strong>de</strong> juro, pagos nas rendas da casa do Vimioso. Julga-<br />

vâo os Padres por mui curta porção esta, para haver <strong>de</strong> sahir <strong>de</strong>lia sus-<br />

tentação das Religiosas, e fabrica dos claustros, que as havião <strong>de</strong> aga-<br />

salhar. Quanto mais, que para haverem <strong>de</strong> guardar sem mudança o<br />

ponto mais alto, e mais rigoroso da Regra <strong>de</strong> S. Domingos, como os<br />

Con<strong>de</strong>s pertendião, nenhuma cousa era mais conveniente, que possuírem<br />

tanta abundância <strong>de</strong> renda, que escusassem mendigar pelo povo, e pa-

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