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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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470 LIVRO VI DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

Santiago a melhor, e mais importante. Pelos annos em que vamos, tinha<br />

crescido em gente, e edifícios tanto, que duas Igrejas parochiaes antigas,<br />

e gran<strong>de</strong>s, que n'ella havia, davão estreito gasalhado ao povo. Esta ra-<br />

zão, e parecer também, que seria proveito das almas, e lustre da terra<br />

a hum Mosteiro, que já havia <strong>de</strong> Religiosos <strong>de</strong> São <strong>Fr</strong>ancisco, juntar ou-<br />

tro <strong>de</strong> São Domingos, com que se supriria a estreiteza das Igrejas, e<br />

haveria abundância <strong>de</strong> doutrina, e pregadores, obrigou aos senhores do<br />

Conselho a propor a matéria. E porque se visse, que este era o fim<br />

principal que os movia, <strong>de</strong>clararão, que das rendas do Mestrado <strong>de</strong><br />

Santiago, que el-Rei como perpetuo Administrador d^lle possuía, se<br />

proveria bastante sustentação para os Religiosos, que houvessem <strong>de</strong> as-<br />

sistir. Aceitou o Provincial <strong>Fr</strong>ei Estevão Leitão o Convento : e por sua<br />

procuração foi assistir no contrato que se fez com os Deputados da Mesa<br />

da Consciência, e Or<strong>de</strong>ns, que he o Tribunal, a cujo cargo está a admi-<br />

nistração das Or<strong>de</strong>ns Militares, o Padre Mestre <strong>Fr</strong>ei Lu is <strong>de</strong> Granada: e<br />

conseguintemente na eleiçã©, e posse do sitio. Sinalarão-se por parte<br />

<strong>de</strong>l-Rei ao Convento para em cada hum anno doze moios, e quarenta e<br />

sinco alqueires <strong>de</strong> trigo, e hum moio e meio <strong>de</strong> cevada, com mais qua-<br />

renta mil e setecentos réis em dinheiro. Como esta consignação foi feita<br />

em Tribunal, que tem nome <strong>de</strong> Consciência, e .em que assistem pes-<br />

soas qualificadas em letras, e prudência, <strong>de</strong>sculpados ficão os quebrados,<br />

e miu<strong>de</strong>za, com que compassarão a quantia da renda. El-Rei como<br />

andava inda então em annos pueris, não dava voto em matérias <strong>de</strong> go-<br />

verno. Forão ts condições, que puzerão aos <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s, darem pregadores<br />

para as duas Igrejas <strong>de</strong> São Gião, e Santa Maria alternadamente, ora em<br />

hurna, ora em outra, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> principio <strong>de</strong> Setembro até Pentecostes, to-<br />

dos os Domingos, e festas princjpaes do anno. E terem numa lição <strong>de</strong><br />

casos <strong>de</strong> consciência no Convento para todas as pessoas, que a qnizes-<br />

sem ouvir, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> dia da Exaltação da Cruz até a entrada da Quaresma.<br />

E <strong>de</strong>pois das Oitavas da Paschoa da Resurreição até passadas as <strong>de</strong> Pen-<br />

tecostes. O sitio foi o melhor, e o mais sadio <strong>de</strong> toda a villa, ao Levante<br />

<strong>de</strong>lia, em lugar alto, e <strong>de</strong>sabafado, e sobre o rio. Deu-se-lhe o nome<br />

<strong>de</strong> São Sebastião, por honra do nome <strong>de</strong>l-Rei. A obra começou com<br />

mo<strong>de</strong>ração, e proporcionada com a terra, em que se fazia, quanto a dor-<br />

mitórios, e mais ofíicinas. Só a Igreja sahio dos termos <strong>de</strong> boa archite-<br />

ctura, com tanto excesso, que fez <strong>de</strong>sigual todo o edifício. E não ha<br />

duvida, que só com a <strong>de</strong>speza que nella se empregou, pu<strong>de</strong>ra sahir hu-

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