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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICrLAR DO UEINO DE PORTUGAL 85<br />

fazer obras: e or<strong>de</strong>nando huma muito importante, que foi casa <strong>de</strong> enfer-<br />

maria com sua capelia para se. celebrar n"elía, quando o* pedisse a ne-<br />

cessida<strong>de</strong>, mandou por rio aliar a imagem, que fora da Madre Soror Ma-<br />

ria, com titulo do Santo Rosário, e tratou com as Madres, que liie or-<br />

<strong>de</strong>nassem Confraria com todos os requisitos <strong>de</strong> Mordomas, e mais ofíl-<br />

Ciaes, e a seu tempo lhe fizessem sua festa. Assim virão todas com ad-<br />

miração começado a cumprir d dito, que lembrava da <strong>de</strong>funta: porque<br />

auoz a veneração, começou a ser servida <strong>de</strong> vestidos, e toucados ricos,<br />

que cada numa lhe buscava. Porém logo sobreveio (caso maravilhoso)<br />

que fez do dito, verda<strong>de</strong>ira profecia. Era principio <strong>de</strong> Outubro, celebravâo<br />

a primeira festa do Rosário, <strong>de</strong>pois da coHoeação da imagem, quando<br />

suece<strong>de</strong>o que huma Religiosa sugeita a acci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Opilencia, e conhe-<br />

cida por <strong>de</strong>vota da Senhora, passando peia varanda, que cae sobre o<br />

claustro, foi. salteada <strong>de</strong> hum tão impetuoso, que a levou em tombos<br />

pela varanda fora, que ainda estava sem gra<strong>de</strong>s, nem parapeito, e foi<br />

cair <strong>de</strong> cabeça sobre hum monte <strong>de</strong> pedras no meio do claustro. Ao<br />

estrondo da queda acudirão algumas Religiosas julgando o que podia<br />

^ít, com o nome <strong>de</strong> Nossa Senhora do Rosário na boca, em altas vozes.<br />

Estava como morta-, sem sentido, toda ensanguentada, e pisada, e a ca-<br />

beça aberta <strong>de</strong> muitas feridas. Gritão <strong>de</strong> novo pela Senhora do Rosário,<br />

e levão a doente com lagrimas ao seu altar da enfermaria, para dali<br />

lhe darem sepultura. Comtudo <strong>de</strong>cerão a Santa Imagem, e rezando-lhe<br />

algumas antífonas, forão tocando com ella os membros feridos. Aqui <strong>de</strong>u<br />

primeiro sinal <strong>de</strong> estar ainda com vida: abrindo os olhos. Forão logo<br />

chamados Médicos, e Cirurgiões: mas não houve nenhum, que julgasse<br />

po<strong>de</strong>ria viver. Antes havião por milagre não arrebentar, e morrer logo,<br />

consi<strong>de</strong>rada a altura da varanda, que passava <strong>de</strong> <strong>de</strong>z braças, e o estado<br />

mortal do acci<strong>de</strong>níe em que a tomara a queda; em fim assentarão ser<br />

tempo perdido tratar <strong>de</strong> cura, nem meios humanos, vista a contusão<br />

geral <strong>de</strong> todas os membros, e as muitas, e gran<strong>de</strong>s feridas da cabeça.<br />

Espertou-sc a <strong>de</strong>voção das Religiosas com as tristes novas, e <strong>de</strong>sespe-<br />

ração dos Médicos, e confiando mais na Senhora, quando elles mais <strong>de</strong>s-<br />

coníiavão, íizerão lhe curar as feridas, e applicar todos os remédios da<br />

tísica. Em fim a que davão por morta, tornou cm si, e com claro e evi<strong>de</strong>nte<br />

milagre, teve perfeita saú<strong>de</strong>. Que foi causa, que d'este dia em<br />

diante cresceo no Mosteiro a veneração da Santa imagem, e passando a<br />

fama á cida<strong>de</strong> erão buscados seus vestidos, e pedido o azeite <strong>de</strong> sua

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