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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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22 LIVRO I DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

lhes finalmente para exemplo, que muito mais que isto fizera poucos an-<br />

nos antes toda a Província <strong>de</strong> Espanha por hum Visitador Portuguez,<br />

que fora o Padre <strong>Fr</strong>ei João Dias, cortando, e <strong>de</strong>sfazendo por amor <strong>de</strong>llo<br />

parcialida<strong>de</strong>s mui arreigadas, e discórdias <strong>de</strong> ânimos, que já não havia.<br />

Era gran<strong>de</strong> a eloquência do Visitador: mas aqui parece que obrou mais<br />

seu respeito, e virtu<strong>de</strong>, porque sem nenhum género <strong>de</strong> encontro, nem<br />

alteração se vierão todos a conformar em seu parecer, e sahio eleito em<br />

Provincial <strong>de</strong> todos os Conventos do Reino <strong>de</strong> Província, e Observância<br />

o P. <strong>Fr</strong>ei João <strong>de</strong> Braga aos três dias do mez <strong>de</strong> Maio d'este anuo em<br />

que vamos <strong>de</strong> 1513.<br />

CAPITULO II<br />

Dcspc<strong>de</strong>-se o Visitador da Província. Da-se conta breve dos Provinciaes,<br />

que suece<strong>de</strong>rão d' este anno em diante até o <strong>de</strong> mil e seiscentos e treze><br />

em que fenece a Historia.<br />

Foi esta eleição geralmente bem recebida, tanto pela pessoa do eleito,<br />

que era muito conhecido, e acreditado pelo governo, que já tivera da<br />

Congregação, como por ficar acabada a divisão, que largos cem annos<br />

durava entre os <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s; e o mesmo tempo, que antigamente lhe <strong>de</strong>ra repu-<br />

tação, a fazia agora até aos seculares aborrecida. El-Rei ficou tão satisfeito<br />

da prudência, e bom termo do Visitador, que on<strong>de</strong> d'antes não tratava<br />

r<br />

<strong>de</strong> Reformação mais que <strong>de</strong> dous Conventos, fez-lhe instancia, que quizesse<br />

visitar todos os que havia no Reino. Mas o bom Padre, como não tinha<br />

nada <strong>de</strong> ambicioso, pêra folgar <strong>de</strong> mandar, e ser obe<strong>de</strong>cido, não só re-<br />

fusou o cargo, mas antes pedio licença pêra se tornar pêra sua Provín-<br />

cia, o tão eííicazmente, que não pódc el-Rci <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lh'a dar. Dizia-lhc<br />

elle, e publicamente o affirmava, que havia na Província homens, e muito<br />

homens <strong>de</strong> tanto valor, e partes, que lhe pu<strong>de</strong>rão bem forrar o traba-<br />

lho <strong>de</strong> sahir da sua: que a estes podia Sua Alteza cometer visitas, e (Fol-<br />

ies fiar todo outro gran<strong>de</strong> cargo. E sem fazer mais <strong>de</strong>tença se poz a ca-<br />

minho, tornando pela mesma Cida<strong>de</strong> d'Evora, por on<strong>de</strong> viera, e imitando<br />

nesta pressa quasi como acinte o nosso Portuguez <strong>Fr</strong>ei João Dias na vi-<br />

sita, que fez em Castella, como atrás contamos. O Car<strong>de</strong>al Xavierre achan-<br />

do-se n esta Província em tempo, que governava a Or<strong>de</strong>m como nosso Ge-<br />

rai, que era, mostrou a quem isto escrevia hum tratado da vida d'este Pa-

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