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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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162 LIVRO II DA HISTORIA DIÍ S. DOMINGOS<br />

vida, sempre esteve alegre e <strong>de</strong>easombrada. Dizia-se d'ella, que nunca<br />

chegava ao locutório, nem tratava mais, que <strong>de</strong> sua alma; sendo para<br />

tudo o mais innocentinha, e muito simples. Ditosa simplicida<strong>de</strong>!<br />

CAPITULO XYI<br />

Da causa do titulo, que este Mosteiro t.em <strong>de</strong> nossa Senhora da Consolação,<br />

e das mercês que por seu meio tem recebido a cida<strong>de</strong>.<br />

Venera a cida<strong>de</strong> cVElvas com particular elevação huma imagem da<br />

Virgem gloriosa nossa Senhora, que com titulo da Consolação tem lugar<br />

principalmente na Igreja efeste Mosteiro, e lie buscada <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s, e pe-<br />

quenos ;<br />

porque todos por seu meio recebem gran<strong>de</strong>s misericórdias do<br />

pai d'ellas. D'on<strong>de</strong> nasceo tomar o Mosteiro o nome, e invocação «rel-<br />

ia. Bem se diz, que* nenhuma cousa acaba mais <strong>de</strong>pressa entre os<br />

homens, que a lembrança do beneficio recebido. Porque não havendo<br />

duvida, que sempre esta Senhora conservou a posse <strong>de</strong> tão santo titulo<br />

com vários favores, que faz a este povo, quando procurámos saber dos<br />

meios, e mais antigos, para ficarem, em lugar <strong>de</strong> graças nestes escritos,<br />

visto como não ha requerimento, que mais obrigue a condição <strong>de</strong> nosso<br />

Deos a nos fazer novas mercês; e ainda a condição humana, que o agra<strong>de</strong>-<br />

cimento das já alcançadas, não achamos memoria, senão <strong>de</strong> algumas pou-<br />

cas, e mo<strong>de</strong>rnas, que por mo<strong>de</strong>rnas não po<strong>de</strong>rão esquecer. Mas estas<br />

nos fazem boa prova <strong>de</strong> quaes serião as antigas: e diremos todas as que<br />

á nossa noticia chegarão, oííerecendo-as á Senhora para a edificação dos<br />

fieis, e penhor do animo com que escrevêramos as mais, que o tempp<br />

apagou.<br />

Não tinha mais que treze annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> António <strong>de</strong> Mello, neto<br />

<strong>de</strong> outro António <strong>de</strong> Mello, Alcai<strong>de</strong> mór da cida<strong>de</strong>, e criava-se em<br />

casa <strong>de</strong> Dona Antónia <strong>de</strong> Castro sua avó, quando adoeceo <strong>de</strong> ma-<br />

neira, que os Médicos o <strong>de</strong>rão por morto. Havido por tal, e come-<br />

çado a chorar <strong>de</strong> todos, não quiz <strong>de</strong>sconfiar Dona Antónia das mi-<br />

sericórdias do Ceo. Toma o menino nos braços: vai-se com elle á Se-<br />

nhora da Consolação: põem-lh'o sobre o altar: prostra-se por terra á vista<br />

<strong>de</strong> muito povo, que a seguia <strong>de</strong> lastima: pe<strong>de</strong> com lagrimas lhe dê vivo<br />

o neto, que <strong>de</strong>sconfiado, e quasi morto lhe oíTerece. Não tardou a Virgem<br />

bemdita em consolar a avó, e dar vida ao neto, que foi dar duas vidas

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