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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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400 LIVRO V DA HISTOHIA m S. DOMINGOS<br />

diante <strong>de</strong> muitos dos seus, que se o livro continha o que lhe refeiião,<br />

<strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong> daria hum filho aos Padres para que o fizessem Chris-<br />

tão, e passaria suas licenças em chapas d'ouro para que todo o Heino<br />

se bautisasse. Destas palavras veio pedir alviçaras a <strong>Fr</strong>ei Silvestre hum<br />

irmão da Rainha., que obrigado <strong>de</strong>lia, andava cobiçoso <strong>de</strong> ser o primei-<br />

ro bautisado: e como tal costumava já trazer á Igreja lenços <strong>de</strong> boninas,<br />

que ollereeia a huma imagem <strong>de</strong> nossa Senhora. As mesmas novas li-<br />

nlião os mais Religiosos por outras vias; e coníirmou-as el-Rei, passan-<br />

do-se para a sua cida<strong>de</strong> da Augor, com os mandar agasalhar <strong>de</strong>fronte<br />

do Paço, e dar-ihes panos ricos da sua recamara para armação, e con-<br />

certo da Igreja.<br />

CAPITULO IV<br />

Manda el-Hei cessar a composição do lioro: vão -se os <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s: torna el-<br />

llei sjbre si, dá licença para se pregar o Fcanjelko: morreu elle y c <strong>Fr</strong>ei<br />

Silvestre: açu<strong>de</strong>m nooos Prèyadores.<br />

Estava toda a terra aballada, e não só aballada, mas alvoroçada<br />

para receber a nova Lei, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Rei até ao mais humil<strong>de</strong> pião. Erão es-<br />

timados os Religiosos dos Senhores; visitados, e acariciados dos Sarer-<br />

dotes, servidos do povo com grossas esmolas. Vio o inimigo do género<br />

humano, que se lhe aparelhava per<strong>de</strong>r hum numero míinito <strong>de</strong> almas,<br />

que sem nenhum feitio seu, erão todas <strong>de</strong> sua jurisdição: aeudio por si,<br />

e fez hum tiro muito seu, escon<strong>de</strong>ndo, como dizem, a mão. E foi o Se-<br />

nhor servido por seus oceultos juízos, que lhe valesse. Era el-Rei <strong>de</strong> Jor,<br />

estado vizinho <strong>de</strong> Malaca, hum dos que neste tempo tinhão ordinária<br />

guerra com ella, e com ódio tão entranhavel, que não sabia dar-nos hora<br />

<strong>de</strong> quietação. Este sabendo, que mandava da índia contra elle huma grossa<br />

armada, que íbi aquella com que Dom Paulo <strong>de</strong> Lima, valeroso Capitão,<br />

lhe tomou, e abrasou a melhor cida<strong>de</strong> que linha, com famosa vitoria: e<br />

vendo que o Camboya entrava em amiza<strong>de</strong>s com o Capitão <strong>de</strong> Malaca,<br />

por meio dos <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>terminou estorval-os a todo seu po<strong>de</strong>r. Despa-<br />

cha-lhe Embaixadores; e juntando a hum bom presente palavras brandas,<br />

e lisongeiras, diziu-lhe, que a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> Camboya, famosa por todo<br />

o Oriente, per<strong>de</strong>ria muito <strong>de</strong> sua authorida<strong>de</strong> se se dissesse, que trala-<br />

ta, e sustentava amiza<strong>de</strong>s com homens, que erão inimigos communs do<br />

io<strong>de</strong>s os Reinos da índia, quando tratarão <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir a terra <strong>de</strong> hum

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