29.06.2013 Views

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

.<br />

»<br />

PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL 341<br />

entos a negocio mais alto. Tinha acontecido passar hum anno (Testes<br />

á ilha do Timor o Padre <strong>Fr</strong>ei António Taveira. Devia ser a occasião acom-<br />

panhar algum mercador amigo, e <strong>de</strong> bom espirito, que como as terras<br />

<strong>de</strong> Timor são <strong>de</strong> ares pestíferos para os estrangeiros, <strong>de</strong> sorte que or-<br />

dinariamente morrem muitos, eu tornão opilados, e mui enfermos, que<br />

assim acontece pagarem-se os baratos da mercancia, quiz levar comsigo<br />

quem na necessida<strong>de</strong> lhe acudisse com os remédios (Talma. Parece que<br />

r<strong>de</strong>nou Deos a viagem, para remédio <strong>de</strong> muitos cTaquelles pobrezinhos,<br />

m que tinha <strong>de</strong>terminado povoar o Ceo. E <strong>de</strong>u-lhe tão boa mão com<br />

elles, que converteo hum gran<strong>de</strong> numero â luz da Fé, no mesmo tempo<br />

que em Cambaya perdia o tempo, e o feitio o Padre <strong>Fr</strong>ei Gaspar da Cruz,<br />

como atraz fica dito. Assim o escreve o mesmo Padre <strong>Fr</strong>ei Gaspar, no pro-<br />

logo do livro, que imprimio da China: aílirmando, que não forão menos <strong>de</strong><br />

sinco mil almas, os que bautisou o Padre <strong>Fr</strong>ei António nas ilhas <strong>de</strong> Ti-<br />

mor, e do En<strong>de</strong>. Notando os Portuguczes a boa ventura d'este successo,<br />

e consi<strong>de</strong>rando juntamente o bom natural, que vião na gente <strong>de</strong> Solor,<br />

e seus vizinhos, julgavão com bom discurso, que não faltaria n'elles a<br />

boa, e a mesma disposição, e facilida<strong>de</strong>, para receberem o Santo Evan-<br />

gelho. Na hora, que forão <strong>de</strong> volta em Malaca, não tardarão em visitar o<br />

Bispo, e dar-lhe conta <strong>de</strong> tudo. Era Bispo Dom <strong>Fr</strong>ei Jorge <strong>de</strong> Santa Lu-<br />

zia, varão Apostólico, e no zelo da conversão das almas verda<strong>de</strong>iro filho<br />

<strong>de</strong> São Domingos, como o era no habito: não quiz que houvesse tar-<br />

dança cm tentar Solor; e or<strong>de</strong>nando, que fosse o trabalho da sua Or<strong>de</strong>m,<br />

commeteo ao Prior do nosso Convento <strong>de</strong> São Domingos <strong>de</strong> Malaca dis-<br />

puzesse a missão, como diremos no capitulo seguinte.<br />

CAPITULO XIV<br />

Parte para Solor o Padre <strong>Fr</strong>ei António da Cruz com três companheiros,<br />

a pregar o Santo Evangelho: Dã-se conta das Igrejas que fundarão,<br />

e das muitas almas, que trouxerão ao grémio da Fé; e da Fortaleza,<br />

que para as <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r edificarão.<br />

Foi tenção dos Padres <strong>de</strong> São Domingos <strong>de</strong>- Goa fundar n'esta gran<strong>de</strong>,<br />

e opulentíssima cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Malaca hum Convento, que fosse como<br />

praça (Tarmas, para guerrear a infi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> d'aquellcs estendidos reinos,<br />

ilhas, e províncias do Sul. Assina hc Prelado supremo <strong>de</strong> todos os Re-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!