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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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376 LIVRO IV DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

do <strong>de</strong>spejo da fortaleza, acompanhar os Religiosos, que houvessem <strong>de</strong><br />

ir com gente <strong>de</strong> guerra, para a combater, e cobrar. Assim requerendo<br />

com força, e chegando sobre o requerimento, por ser lodo do serviço<br />

<strong>de</strong> Deos, a dizer ao Yiso-Rei palavras cheias <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, c severida<strong>de</strong><br />

Apostólica, imo pô<strong>de</strong> alcançar o que cumpria, nem dcspa:har os Religio-<br />

sos, senão <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cumpridos dous annos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua chegada.<br />

Fmfim escolheo para Visitador, c Vigário geral da Christanda<strong>de</strong> o Padre<br />

<strong>Fr</strong>ei João das Chagas, pessoa <strong>de</strong> partes <strong>de</strong> prudência, letras, e activi-<br />

da<strong>de</strong>, quaes convinhão para remediar huma terra assolada, juntas com<br />

muita virtu<strong>de</strong>, e exemplo. Deu-lho or<strong>de</strong>m, que se fosse a Malaca, c alli<br />

esperasse huma galeota, que o Viso-Roi tinha mandado aprestar, com<br />

provimento <strong>de</strong> Capitão, gente, o munições bastantes para o effeito <strong>de</strong><br />

ganhar a fortaleza, segurar a terra, e castigar- os Mouros. Partio o Vi-<br />

sitador <strong>de</strong> Goa ultimo <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> iGíG. Chegado a Malaca, e pas-<br />

sados muitos dias, que a galeota não vinha, sentio estar per<strong>de</strong>ndo tem-<br />

po: e como havia já por escusado levar gente <strong>de</strong> guerra pela nova que<br />

achou da fortaleza estar livre <strong>de</strong> inimigos, fez instancia com os que<br />

alli governa vão a fazenda d^l-Rei, que lhe <strong>de</strong>ssem passagem por conta<br />

<strong>de</strong>lia, e que em lugar da que lhe fosse dada, ficaria a que havia <strong>de</strong> vir<br />

<strong>de</strong> Goa. Aceitou-se o partido, e <strong>de</strong>u-se-lhe embarcação: mas <strong>de</strong> manei-<br />

ra, que para paga do frete foi necessário ajudar elle com parte das or-<br />

dinárias, quo se lhe <strong>de</strong>rão para os Padres. E <strong>de</strong>u <strong>de</strong>lias cem cruzados,<br />

por não faltar á necessida<strong>de</strong> dos Christãos. Que d'esta maneira sabem<br />

servir na índia os <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s <strong>de</strong> S. Domingos, Assaz era o trabalho espiritual,<br />

e corporal, sem também se haver <strong>de</strong> cortar pela sustentação. Em-<br />

barcou-se emfim em huma galeota <strong>de</strong> mercadores, acompanhado dos<br />

Padres <strong>Fr</strong>ei Manoel <strong>de</strong> Sá, <strong>Fr</strong>ei <strong>Fr</strong>ancisco das Chagas, .e <strong>Fr</strong>ei Luis d*An-<br />

drada: e tinha mandado diante, para serem sinco entre todos, o Padre<br />

<strong>Fr</strong>ei Pedro <strong>de</strong> Cáceres. Deu-lhe o Reverendíssimo <strong>de</strong> Malaca huma hon-<br />

rada patente <strong>de</strong> Visitador seu: e com sua benção se fez á vela cm onze<br />

<strong>de</strong> Dezembro, Não entra ninguém no mar, que não tenha perigos, e tra-<br />

balhos que contar. Não faltarão ao Visitador nos poucos dias, que tardou<br />

até Solor. Hum só contaremos para gloria <strong>de</strong> Deos, e para se enten<strong>de</strong>r,<br />

que era a jornada <strong>de</strong> seu serviço. Tendo navegado tres dias com tor-<br />

menta <strong>de</strong>sfeita, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> entrados pelo golfo da Jaoa pu<strong>de</strong>rão chegar<br />

no quarto a hum abrigo da terra, e na enseada que chamão <strong>de</strong> Corrêa,<br />

e lançarão ferro em huma ponta emparada do vento: mas erão os ma-

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