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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PAKTlCULAU DO IlEINO DE PORTUGAL 87<br />

acabava, chamou huraa amiga, entregou-lh'o, e pedio-lhe, para como peça<br />

dada em testamento, e sinal <strong>de</strong> amor o estimasse; e com o segredo <strong>de</strong> ami-<br />

ga o não <strong>de</strong>scubrisse, nem mostrasse a ninguém. Todavia foi visto com es-<br />

panto, e o cuidado da <strong>de</strong>funta ouvido com edificação.<br />

Louvarão-se na Madre Soror Margarida <strong>de</strong> S. Pedro os meios por on<strong>de</strong><br />

chegou a receber o santo habito. Parece que se lhe oííerecião no mundo<br />

contrarieda<strong>de</strong>s. Determinou-se em jejuar algumas Quaresmas a pão, e agoa<br />

e juntamdnte tomar por intercessor ao Apostolo S. Pedro, pedindo-lhe,<br />

que assim como tem á sua conta as portas do Paraiso celestial; assim fosse<br />

meio, e valia <strong>de</strong> se lhe abrirem as (Teste da terra: e perseverando muitos<br />

annos em sua petição, em fim alcançou o <strong>de</strong>spacho que <strong>de</strong>sejava; e em re-<br />

conhecimento ficou-se com o nome do Santo. Era muito entrada em dias,<br />

quando entrou na Or<strong>de</strong>m, que esse <strong>de</strong>via ser o inconveniente porque não<br />

era admittida, parecendo ás Religiosas, que entrava para ser servida, toais<br />

que para servir. Mas mostrou-lhes Deos, que nenhuma razão ha, que basle<br />

para se cerrarem as portas da Religião, a quem bate com bom espirito.<br />

Chegou a viver cem annos trabalhando, servindo, e fazendo gran<strong>de</strong>s pe-<br />

nitencias, e tanto adiantou nos caminhos da virtu<strong>de</strong>, que as doentes da<br />

casa achavão em suas mãos remédio contra as enfermida<strong>de</strong>s, e nas ora-<br />

ções valia para com Deos contra todos os trabalhos da alma, e do corpo.<br />

CAPITULO XVI<br />

Das Madres Soror Joanna <strong>de</strong> S. Domingos, Soror Joanna do Presépio,<br />

e Soror Magdalena do Sepulchro; e <strong>de</strong> algumas particularida<strong>de</strong>s mais<br />

d' esta Casa.<br />

Temos que dizer <strong>de</strong> duas Joannas, ambas muito nobres quanto aos<br />

estilos da terra; mas muito mais nobres nos estilos do Ceo. Chamava-se<br />

a primeira no mundo Dona Joanna <strong>de</strong> Sepúlveda. Tanto que o <strong>de</strong>ixou.<br />

e se vio no habito <strong>de</strong> S. Domingos, assim como se contentou do hábito,<br />

quiz também o nome; chamou-se Joanna <strong>de</strong> S. Domingos. E conhecendo<br />

o muito a que se obrigava com tal nome, apostou-se a imitar e seguir<br />

o Santo Patriarcha com toda a pontualida<strong>de</strong> possível, nos jejuns, nas vi-<br />

gílias, nas disciplinas <strong>de</strong> sangue e até no cilicio <strong>de</strong> ferro. Sobre tudo eia<br />

gran<strong>de</strong>mente afervorada na oração; e irella recebia do Senhor piedoso<br />

notáveis favores, e taes, que seus Confessores, a quem só os communi-

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