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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTICULAR DO RELVO DF. PORTUGAL 2Í3<br />

anno <strong>de</strong> 1251, que foi o em que faleceo S. <strong>Fr</strong>ei Pêro Gonsal-ves, que<br />

lho lançou, tempo lhe íicou para fazer a sua ponte até o <strong>de</strong> 1260<br />

em que não era nascido o Príncipe Dom Dinis, que nasceo no <strong>de</strong><br />

1261. A cujo rogo el-Reí Dom Aífonso <strong>de</strong>cimo <strong>de</strong> Castella, que era seu<br />

avô, largou o Reino do Algarve ao nosso Dom Affonso ÍÍI, genro seu<br />

e pai <strong>de</strong> Dom Dinis (1). Por on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ixa bem ver, que até á morte <strong>de</strong><br />

S. Gonsalo, não se tinha inda juntado o Algarve a esta Coroa: e pela mesma<br />

causa faltarão com justa razão os castellos no escudo da ponte.<br />

Mas tornando á historia; não tinha bem acabado <strong>de</strong> espirar o Santo,<br />

quando se encheo a ermida, e o sitio todo á roda <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong><br />

gente, convocada <strong>de</strong> huma voz, que foi ouvida por todos os lugares vi-<br />

zinhos, que dizia : He morto o Santo, acudi a suas exéquias. Sahião to-<br />

dos <strong>de</strong> suas casas, sem saberem on<strong>de</strong> havião <strong>de</strong> liir, até que se foi en-<br />

ten<strong>de</strong>ndo, que não podia haver outrem, que tanto favor merecesse do<br />

Ceo. Assim foi enterrado em sua ermida. Amou o Santo na morte o lu-<br />

gar, que occupara em vida. Ou porque n'elle recebera do Senhor gran-<br />

<strong>de</strong>s mimos, e favores ; ou porque o mesmo Senhor lhe revelara, que<br />

n'elle o havia <strong>de</strong> honrar tanto, que pelo tempo em diante fosse acom-<br />

panhado <strong>de</strong> seus irmãos com hum Mosteiro Real. Este género <strong>de</strong> exé-<br />

quias, e sinaes, que o Ceo fez para ellas. foi a primeira <strong>de</strong>monstração,<br />

que o Senhor quiz fazer do muito que amava seu servo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> pas-<br />

sado da vida mortal á eterna. Mas forão logo multiplicando, e continuan-<br />

do tantas outras em casos extraordinários <strong>de</strong> doenças, e trabalhos, que<br />

por sua intercessão remediava ; que não bastavão livros para receber,<br />

nem mãos para escrever os milagres, que fazia ; porque erão sem con-<br />

to : e por serem tantos, <strong>de</strong>rão ocasião a que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então para cá não<br />

conhece a terra d'Entre Douro, e Minho outro advogado, nem padroei-<br />

ro para todo género <strong>de</strong> mal do Ceo, ou da terra. E com tanta <strong>de</strong>vação<br />

he buscado, que vem <strong>de</strong> muito longe Concelhos inteiros a visitar em<br />

procissão suas relíquias. Chamão elles clamor a este género <strong>de</strong> ajuntamento,<br />

ou pela efficaciado requerimento, ou pela grita, com que vem<br />

requerendo. E o lugar começou logo a crescer <strong>de</strong> sorte, que he hoje<br />

huma das boas villas do reino. Mas tornando a cousas mais antigas. Era<br />

a Ermida da invocação <strong>de</strong> Nossa Senhora. Trocou-lhe este titulo a con-<br />

tinuação dos milagres, e ninguém lhe sabe já outro, senão <strong>de</strong> S. Gon-<br />

salo. Tanto pô<strong>de</strong> huma voz, e consentimento geral do povo, que acabou

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