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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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382 LIVRO IV DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

CAPITULO XXIII<br />

Da gloriosa morte , que pa<strong>de</strong>cerão em Solor os Padres <strong>Fr</strong>ei João Hau-<br />

thta, <strong>Fr</strong>ei Simão da Madre <strong>de</strong> Deos, e antes <strong>de</strong>lles o Padre <strong>Fr</strong>ei<br />

Agustinlto da Magdalena.<br />

Para darmos bom remate a todos os suecessos <strong>de</strong> Solor, temos para<br />

escrever o valor, com que <strong>de</strong> próximo offerecerão sua vida ao sacrifício<br />

por honra <strong>de</strong> Deos, três Religiosos d^sta Congregação, e pastores d*csta<br />

Christanda<strong>de</strong>, que nos <strong>de</strong>vem encher <strong>de</strong> esperanças <strong>de</strong> havermos <strong>de</strong> ver<br />

n^lla maravilhosos augmentos. Visto como lemos, e he certo, que nunca<br />

a primitiva Igreja mais cresceo, que quando os tyranos se davão mais<br />

pressa a regal-a com rios <strong>de</strong> sangue dos santos martyres. Os meios, que<br />

buscavão para a abater, e extinguir, esses mesmos a levantavão, e dila-<br />

tavão com novas veniagens. Erão Vigários na ilha Gran<strong>de</strong> os Padres<br />

<strong>Fr</strong>ei João Bautista, e <strong>Fr</strong>ei Simão da Madre <strong>de</strong> Deos: <strong>Fr</strong>ei João da Igreja<br />

<strong>de</strong> Pagã, c <strong>Fr</strong>ei Simão da <strong>de</strong> Sicá. Pareceo-lhes, que sem fazer falta a<br />

seus freguezes, podião ajudar no En<strong>de</strong> alguns dias aos Vigários d'aquel-<br />

las ilhas no beneficio <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> almas, que cada dia entra-<br />

vão por suas Igrejas, pedindo o bautismo. Como ambos erão vizinhos<br />

nos lugares, embarcarão-se juntos em treze <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1G21, para<br />

hirem a Larantuca a tomar a benção ao Prelado maior, que era o Padre<br />

<strong>Fr</strong>ei João Grego, e prover-se <strong>de</strong> algumas cousas necessárias para a jor-<br />

nada. Sahidos do porto, cresceo vento, levantou-se o mar, e foi tal a<br />

tempesta<strong>de</strong>, que por se não per<strong>de</strong>rem, arribarão a hum porto <strong>de</strong> Gentios<br />

amigos, que chamão Lamalarra. Tiverão logo noticia em Solor, como<br />

tudo he perto, os Mouros renegados <strong>de</strong> Lamaqueira da chegada do bar-<br />

co. E havendo, que tinhão presa certa, armarão a pressa quatorze pi-<br />

lões. Entrão no porto, e pe<strong>de</strong>m <strong>de</strong> paz aos Gentios, lhes facão entrega<br />

<strong>de</strong> dous Religiosos que <strong>de</strong> todo o barco nenhuma outra cousa querem.<br />

Fez-se <strong>de</strong> mal aos da terra tal requerimento. Respon<strong>de</strong>rão, como gente<br />

<strong>de</strong> razão, que tinhão paz com os Chrislãos. E sobre tudo não podião<br />

fazer aggravo a quem <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> sua fé lhes entrava no porto. Seguros<br />

estavão os Padres, porque os Mouros não querião, nem podião usar <strong>de</strong><br />

força, se lhes não <strong>de</strong>scobrira sua malda<strong>de</strong>, e o ódio mortal, que tem á<br />

Religião, e a todos os Religiosos, huma traça diabólica. Soubcrão, que<br />

estava auzente o Sangue <strong>de</strong> Patê com os melhores do lugar em três

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