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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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303 LIVRO IV DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

não havendo mais que três annos, que Vasco da Gama chegara ao Rei-<br />

no, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua primeira viagem, e <strong>de</strong>terminando <strong>de</strong>spachar dous Ca-<br />

pitães mores, que forão Affonso d'Albuquerque, e <strong>Fr</strong>ancisco d^lbuquer-<br />

que seu primo, cada hum com três náos, mandou aos Prelados <strong>de</strong> S.<br />

Domingos, lhe <strong>de</strong>ssem <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s, que os acompanhassem. Deu o Provin-<br />

cial sinco; segundo as memorias, que temos da Or<strong>de</strong>m: seus nomes,<br />

<strong>Fr</strong>ei Domingos <strong>de</strong> Sousa, <strong>Fr</strong>ei Rodrigo Homem, que alguns chamâo <strong>de</strong><br />

Sousa, <strong>Fr</strong>ei João do Rosário, <strong>Fr</strong>ei Pedro d'Abreu, e <strong>Fr</strong>ei António da<br />

Matta. Levarão or<strong>de</strong>m os dous primeiros <strong>de</strong> começarem a povoar, e edi-<br />

ficar fortaleza em Cochim. Era tempo <strong>de</strong> mandar juntamente quem es-<br />

piasse, e consi<strong>de</strong>rasse a terra, como em outro tempo fizerão os Capitães<br />

do Povo <strong>de</strong> Deos: eis que se embarcam na entrada do anno <strong>de</strong> 1503,<br />

os sinco que nomeámos; companhia <strong>de</strong> bom pronostico no numero, e<br />

no nome do Prelado. Era <strong>Fr</strong>ei Domingos <strong>de</strong> Sousa graduado èmTheolo-<br />

gia. Levava titulo <strong>de</strong> Vigário geral, além dos po<strong>de</strong>res amplíssimos, que<br />

os Pontiíices tem concedido por suas Bulias aos nossos <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s, quando<br />

passam a terras <strong>de</strong> infiéis. O primeiro auto publico, em que os achamos<br />

occupados, foi do bensimento dos aliceces da fortaleza <strong>de</strong> Cochim, pri-<br />

meira <strong>de</strong> toda a índia: ceremonia que o Vigário geral <strong>Fr</strong>ei Domingos<br />

<strong>de</strong> Sousa fez com toda a solemnida<strong>de</strong>, e festa, que o tempo então con-<br />

ce<strong>de</strong>o. O segundo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> levantado o edifício, em numa <strong>de</strong>vota pro-<br />

cissão <strong>de</strong> graças, na qual o Padre <strong>Fr</strong>ei Domingos levava <strong>de</strong>baixo do<br />

palio hum Crucifixo: e por fim d'ella disse Missa, e <strong>Fr</strong>ei João do Rosá-<br />

rio pregou. E a mesma festa fizerão na primeira Igreja, que na cida<strong>de</strong><br />

se levantou, que foi em honra <strong>de</strong> S. Bartholameo. Isto diz Damião <strong>de</strong><br />

Góes (1). Gaspar Corrêa diífere, dizendo assim: E hum <strong>Fr</strong>ei Domingos <strong>de</strong><br />

Sousa da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> S. Domingos, que com dous Ponseiros viera com<br />

Affonso d'Albuquerque, fez sermão (2).<br />

De Cochim passou Affonso d'Albuquerque á cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coulão, situa-<br />

da na mesma costa(3). Aqui soube, qued'ella, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Cranganor até Cho-<br />

roman<strong>de</strong>l, e Meliapor havia espalhadas mais <strong>de</strong> doze mil casas <strong>de</strong> Christãos,<br />

successores d'aquelles, que o bemaventurado Apostolo S. Thomé<br />

com sua pregação convertera. Mas que diremos ao que faz o ro<strong>de</strong>ar dos<br />

annos, e a falta <strong>de</strong> pregação, e doutrina? Huma Igreja, que tinlwo em<br />

Couljío, estava quasi cuberta <strong>de</strong> mato, e as almas, e consciências feitas<br />

(1) Dam. do Góes, i pait. cap. 78 da Cron. d'el-Uei D. Manoel. (2) Manuscrito do<br />

Gaspar Corrêa, cap. 4. da jornada do Albuquerque. (3J Comment. <strong>de</strong> Áffooso <strong>de</strong> Albuq.<br />

cap. 1, 2 e 4.

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