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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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288 LIVRO III DÀ HISTOniA M S. DOMINGOS<br />

Senhor, dizia, sejais para sempre louvado: porque me chegastes a toí<br />

dia; e i^elle me dais tão altas consolações: espero nas vossas misericór-<br />

dias, que são para me salvar. Succe<strong>de</strong>o logo, que recolhendo-se ao dor-<br />

mitório cahio <strong>de</strong> seus pés em tal lugar, e por tal modo, que ficou toda<br />

<strong>de</strong>sconjuntada <strong>de</strong> membros, e cercada <strong>de</strong> numa tempesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> dores tão<br />

cruéis, que logo no dia seguinte, que foi á Sexta feira, lhetirarão a vida,<br />

com espanto <strong>de</strong> toda a Gommunida<strong>de</strong>, que por nenhum caso podia jul-<br />

gar por cousa natural tal género <strong>de</strong> morte. No ultimo artigo, quando<br />

todas se banhavâo em lagrimas, pelo que lhe vião pa<strong>de</strong>cer; tâo tong«<br />

estava <strong>de</strong> triste, que pedio cantassem com ella o verso: In manvs tuas<br />

Domine commendo spiritummeum. E no meio da musica ren<strong>de</strong>o oespirilo.<br />

Châmava-se esta Madre no mundo D. Maria Taveira.<br />

Com sessenta e sinco annos <strong>de</strong> profissão, e mais <strong>de</strong> oitenta <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

acabou a carreira mortal a Madre Soror Florença <strong>de</strong> Jesu no anno <strong>de</strong><br />

1612, sendo das primeiras Religiosas, que n^sta casa professarão a Pri-<br />

meira Regra. Assim a soube guardar, não perdoando a nenhum rigor,<br />

nem faltando em nenhuma parte (Telia, que era <strong>de</strong> todas havida por San-<br />

ta. E não fez espanto, ouvirem <strong>de</strong> sua boca, quando eslava para expi-<br />

rar, que a Virgem Rainha dos Ceos, <strong>de</strong> quem se sabia que fora <strong>de</strong>vo-<br />

tíssima, visivelmente a consolava n'aquelle passo; nem o que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

sua morte vio, e notou toda a Communida<strong>de</strong> junta, que foi exhalarem<br />

aquelles membros <strong>de</strong>funtos hum cheiro, que admiravelmente recreava,<br />

com tanto mais fragrância, quanto quem o sentia se chegava mais a<br />

elles, E não havia po<strong>de</strong>r-se-lhe dar semelhante entre os cheiros conhe-<br />

cidos da terra, que a huns parecia <strong>de</strong> âmbar, a outros <strong>de</strong> muitas com*<br />

posições aromáticas juntas; a outros <strong>de</strong> flores, e agoas odoríferas.<br />

CAPITULO XXVIII<br />

Em que se dá conta <strong>de</strong> algumas 'particularida<strong>de</strong>s importantes<br />

doeste Mosteiro, e das relíquias que n'elle ha.<br />

Sustenta esta casa sineoenta Religiosas, nao entrando n v<br />

este numero<br />

irmãas Conversas. Tem renda <strong>de</strong> trigo, e azeite, bastante para passar o<br />

anno: mas pouco em dinheiro, E por isso se vive com trabalho n'ella: que<br />

fica sendo mais merecimento da Communida<strong>de</strong>. O sitio he alto, e sadio:

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