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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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198 LIVRO III DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

voava com a alma ao mais alto cios Ccos. Mas nâo se esquecendo da<br />

obrigação <strong>de</strong> Martha, que para o tempo tinha por muito "necessária, tor-<br />

nava a trabalhar na pregação, e doutrina.<br />

Passado algum tempo (como os Santos, quanta mais Santos, tanto<br />

menos fião <strong>de</strong> si) veio a <strong>de</strong>zejar enten<strong>de</strong>r, se agradava a Deos naquelle<br />

género <strong>de</strong>vida, que fazia; ou se o po<strong>de</strong>ria servir, e agradar mais em ou-<br />

tro. Para este fim, sobre suas ordinárias penitencias, dizem, que ajun-<br />

tou huma Quaresma, jejuada toda a pão, e agoa, e orando com mais<br />

fervor no ultimo cVella. que era a noite da Sagrada Resurreição, dava<br />

os parabéns á Virgem Mãi, dos gostos, que lhe havião <strong>de</strong> amanhecer<br />

com o filho resuscitado, e á conta d'elles, como a tinha tomado por sua<br />

advogada no requerimento, lembrava-lhe, que era dia <strong>de</strong> fazer mercês,<br />

dia <strong>de</strong> alegrar a todos. E pedia-lhe <strong>de</strong>spacha Eis que subitamente lhe<br />

fere nos olhos huma luz muito mais clara, que a do Sol, e com ella se<br />

lhe representa a mesma Virgem, sobre a parte direita do altar, dizen-<br />

do-lhe com alegria, e benignida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mãi, que a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu filho<br />

era, que entrasse em Religião regular, e fosse aquella, em que quando<br />

se rezava o seu Officio ordinário, começava o Coro em todas as Horas<br />

com a saudação angélica : Ace Maria, gratia plena, etc. E com a mesma<br />

lhe dava fim. Que era Religião, que ella favorecia, e honrava muito;<br />

e lhe fazia a saber, que n ella acabaria a vida mortal, e hiria gosar da<br />

eterna. Boas novas, e alegre Paschoa teve o Santo com tal vista, e tal<br />

resposta. E porque do mandado meio enigmático tirava, querer-lhe o<br />

Senhor dar novo merecimento <strong>de</strong> peregrinar em busca da Religião sina-<br />

lada, não tardou em começar a fazer diligencia. Foi-se logo discorrendo<br />

por todos os Mosteiros d'entre Douro, e Minho procurando alcançar,<br />

que or<strong>de</strong>m havia em cada hum na reza do Officio da Virgem : em nuns<br />

perguntava, em outros assistia. Tendo corrido muitos, e não achando<br />

nenhum, que levasse a or<strong>de</strong>m, que a Senhora lhe tinha dito: porque to-<br />

dos começavão por Domine lábia mm aperies, etc, e acaba vão com Be-<br />

neâicamus Domino : Deo grafias : entrou em cabo <strong>de</strong> muitos dias, e<br />

muitos passos dados na villa <strong>de</strong> Guimarães, e foi-se duscar como po-<br />

bre o gasalhado do hospital. Hesidião já n este tempo n'elle, e <strong>de</strong> al-<br />

guns annos atraz, alguns <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s <strong>de</strong> S. Domingos, que como temos<br />

dito em outra parte; o ti verão por morada' tão própria, e <strong>de</strong> tantos an-<br />

nos, que d'ahi lhe ficou o nome <strong>de</strong> hospital <strong>de</strong> S. Domingos. Notou o<br />

Santo habito, e Or<strong>de</strong>m, que ainda não tinha tratado <strong>de</strong> perto. Alvoro-

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