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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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408 UVUO V DA HISTORIA DE S. DOMINGOS<br />

logo ao mesmo sitio, pedirão-lhe com efficacia, lhes <strong>de</strong>sse palavra <strong>de</strong> os<br />

aceitar, não só por companheiros, nem coadjutores, senão só por servos.<br />

Porque isso lhes bastava em jornada <strong>de</strong> tanta honra. Parece que a se-<br />

melhança, que o nome <strong>de</strong> Sião representava da santa cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Palesti-<br />

na, lhes fazia força nas almas, e quasi pronosticava, que havia <strong>de</strong> ser<br />

meio para conquistarem a celestial com darem as vidas pelo Senhor<br />

(Vella, que era a cousa que seus espíritos sobre todas as do mundo <strong>de</strong>-<br />

zejavão. Estavão embarcados com <strong>Fr</strong>ei Sebastião, e em passagem para<br />

Sião, e ainda o não acabavão <strong>de</strong> crer. E era tamanho o gosto <strong>de</strong> hir,<br />

que nenhum tratou do como havião <strong>de</strong> hir. Foi o provimento hum pou-<br />

co <strong>de</strong> arroz com algum biscoito, e nenhuma cousa outra. Valeo-lhes a<br />

boa companhia, para se não anteciparem trabalhos. Erão Portuguezes,<br />

que passavão a suas veniagas. Não consentirão, que passassem faltas no<br />

mar. E não forão menos piedosos em terra. Acompanharão-nos até a<br />

cida<strong>de</strong> principal <strong>de</strong> O<strong>de</strong>ah, ou Jo<strong>de</strong>ah, como outros pronuncião: e irella<br />

lhes tomarão casa. Pagarão os Religiosos o mantimento corporal, e da<br />

terra com lhes communicar o espiritual, c do Ceo, assim a elles, como<br />

a todos os Portuguezes que havia na cida<strong>de</strong>, que erão muitos. Devedo-<br />

res somos, dizião primeiro aos nossos, que aos estranhos: E os nossos,<br />

pois são criados no leite da Fé, <strong>de</strong>vem ser exemplo aos que <strong>de</strong> novo<br />

a recebem, na pureza dos costumes, e em todo o trato. Assim começa-<br />

rão a <strong>de</strong>senredar huns <strong>de</strong> vícios, encaminhar outros para a virtu<strong>de</strong>, fa-<br />

zer continuar a todos com os sacramentos. Logo forão enten<strong>de</strong>ndo com<br />

os naturaes. Mostravão-lhes ao claro as cegueiras <strong>de</strong> suas idolatrias. Tra-<br />

zião elles seus Sacerdotes, gente cega, e guias <strong>de</strong> cegos: ouvião, <strong>de</strong>s-<br />

enganavão-se. Vinhão outros mais agudos, que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> convencidos<br />

<strong>de</strong> seus erros, movião questões artificiosas na nossa doutrina: e como<br />

os Padres erão letrados, e resolutos, davão-lhes tal satisfação, que se<br />

<strong>de</strong>ixavão enten<strong>de</strong>r, que não faltava mais que agoa, e bautismo. Mas este<br />

prohibia por Imma parte o animo cativo (Taquelles povos, ensinados a<br />

temerem mais os mandados <strong>de</strong> seus tyranos. que os perigos das almas:<br />

e não disporem sem sua licença da parte do entendimento, e livre alve-<br />

drio, que Deos poz na mão <strong>de</strong> cada hum. Por outra fazia contradição<br />

igual o medo da guerra, com que o Rei andava assombrado, para não<br />

po<strong>de</strong>r assistir aos Pregadores com a facilida<strong>de</strong>, e bom termo, com que<br />

n'outro tempo ouvira a <strong>Fr</strong>ei Sebastião. Era a guerra temerosa pelo apa-<br />

rato, e numero <strong>de</strong> combatentes, mais do que se pô<strong>de</strong> crer. Porque não

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