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Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

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PARTÍCULA?, DO RBINO DE PORTUGAL 1-3<br />

ao que <strong>de</strong>u, como faz muita gente, até em dadivas curtas. Nem pedlo<br />

suffragios certos para a alma, nem lugar <strong>de</strong>terminado para o corpo, <strong>de</strong>i-<br />

xando tudo na cortezia das Religiosas, e fui obrigal-as mais. Porque<br />

pelo mesmo caso puzerão em pratica dar-lbe a Capella mór, que estava<br />

livre, e <strong>de</strong>sembaraça áesdo tempo que Unhão tirado d'ella os tissos<br />

<strong>de</strong> João <strong>de</strong> Sousa, Fidalgo honrado, que vulgarmente era chamado na<br />

Corte o Lazeira. Os quaes tirarão, porque seus her<strong>de</strong>iros tardarão em<br />

acudir com a esmola, que a tal jazigo era <strong>de</strong>vida. E tendo <strong>de</strong>terminado<br />

dar-lh"a, mudarão conselho. Porque sobre certo inconveniente <strong>de</strong> <strong>de</strong>s-<br />

gosto, que succc<strong>de</strong>o, acharão, que para heiaoça tão gran<strong>de</strong> e extraordi-<br />

nária, ficavam pouco agra<strong>de</strong>cidas, se aquelle <strong>de</strong>funto não achasse também<br />

n'elias hum novo, -e <strong>de</strong>sacostumado género <strong>de</strong> gasalhado. Derão<br />

conta ao Prelado, e com sua licença foi sepultado <strong>de</strong>ntro no Claustro,<br />

ou clausura em numa capella on<strong>de</strong> se enterravão as Religiosas. Enterro<br />

<strong>de</strong> tanta dignida<strong>de</strong>, que vciulo-o elle em vida, bum dia que fazendo-se<br />

obras entrou com o Prior <strong>de</strong> Lisboa <strong>de</strong>utro, se lhe ouvirão estas pala-<br />

vras, com lagrimas <strong>de</strong> <strong>de</strong>vação: Quem fora tão ditoso, que alcançara se-<br />

ftuHvra aos pés (restes Anjosl Foi género <strong>de</strong> prophecia o dito, e paga <strong>de</strong><br />

sua gran<strong>de</strong> bonda<strong>de</strong>, o espirito, o feito. Porque o que <strong>de</strong>sejou como va-<br />

rão espiritual, e <strong>de</strong>voto vivendo, e não pedia por corlez, e comedido, veio<br />

a alcançar, quando lhe faltou a voz, e a vida para o requerer. A fazen-<br />

da, que o Mosteiro ha <strong>de</strong> haver por morte do sobrinho, são humas casas<br />

na Porta do Mar, que ron<strong>de</strong>m sessenta mil réis, e huma quinta junto a<br />

Odivellas, on<strong>de</strong> chamão Vai <strong>de</strong> Deos, e outros três casaes.<br />

Sustenta hoje este Mosteiro, que começou com treze <strong>Fr</strong>eiras, cento<br />

e tantas moiheres <strong>de</strong> portas a <strong>de</strong>utro, entre <strong>Fr</strong>eiras <strong>de</strong> veo prelo, Con-<br />

versas, Noviças, e moças <strong>de</strong> serviço.<br />

Na Igreja ha uma Confraria da invocação <strong>de</strong> Nossa Senhora do Am-<br />

paro, bem provida <strong>de</strong> prata, e ornamentos. O serviço está á conta dos<br />

mancebos, que assistem neiia, com cuidado e <strong>de</strong>vação, e fazem sua<br />

festa por Setembro.<br />

CAPITOU) VII<br />

/-'" huma prodigiosa calamida<strong>de</strong>, surcedida na Ilha <strong>de</strong> S. Miguel; mani-<br />

feslada antes <strong>de</strong> sutuxúida pvr fium Religioso <strong>de</strong> S. Domingos.<br />

Horrendo, e [ ouças vezes visto suecesso temos para este capitulo; hor-

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