29.06.2013 Views

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

Fr. Luís de Cácegas – Vol.4 - opscriptis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PARTICULAR DO REINO DE PORTUGAL 2i3<br />

O nome, com que este Mosteiro se unio á Or<strong>de</strong>m, foi <strong>de</strong> Nossa Senhora<br />

da Graça : porque chamando-se cm sua primeira fundação da Consola-<br />

ção (titulo que lhe achámos nas provisões, em que el-Rei Dom João<br />

lhes conce<strong>de</strong>o licença para possuírem bens <strong>de</strong> raiz), e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Santa<br />

Maria a Nova, para distíncção do nosso Convento <strong>de</strong> <strong>Fr</strong>a<strong>de</strong>s da mesma<br />

vil la, que tinha, e tem o mesmo nome <strong>de</strong> Consolação, como em seu lu-<br />

gar fica dito. Emfim, para se escusarem embaraços, que produzia a se-<br />

melhança dos títulos nas arrecadações das rendas, e ordinárias, e paga-<br />

mentos <strong>de</strong> juros, e tenças, tomou o <strong>de</strong> Nossa Senhora da Graça.<br />

CAPÍTULO XV<br />

Dtis mercês, e favores, que os lieis fuzião a este Mosteiro, <strong>de</strong>pois que<br />

foi incorporado na Provinda <strong>de</strong> São Domingos, e como mudou <strong>de</strong><br />

sitio.<br />

Tanto que a Or<strong>de</strong>m aceitou esta casa em sua administração, ficou<br />

el-Rei tão satisfeito da resolução, e bom espirito, com que as Religiosas<br />

buscarão a vida austera, e reformada (como todo seu gosto era ver as<br />

Religiões no mais alto ponto <strong>de</strong> perfeição) que sempre <strong>de</strong>pois lhes mostrou<br />

inclinação, e boa vonta<strong>de</strong>, c no que se offereceo lhes fez mercê. A<br />

Rainha Dona Catharina pela mesma razão as tratava com muito amor,<br />

escrevendo a miu<strong>de</strong> á Prioresa cartas cheias <strong>de</strong> huma brandura e afa-<br />

bilida<strong>de</strong> Real, com que as obrigava (como os favores dos Reis são es-<br />

poras para a virtu<strong>de</strong>) a procurarem adiantar muito íVella. E não pa-<br />

rava o negocio em palavras. Àcompanhavão as cartas suas esmolas, e<br />

estas lembranças avivavão a boa vonta<strong>de</strong>, que el-Hei lhes tinha. Com<br />

que <strong>de</strong> ambos recebião mercês, que ao diante apontaremos. Mas daremos<br />

primeiro copia <strong>de</strong> alguns pedaços <strong>de</strong> cartas, que chegarão a nossas mãos,<br />

que a Rainha lhes mandava: que se bem são treslados <strong>de</strong> palavras mor-<br />

tas, vé-se nellas hum retrato vivo <strong>de</strong> extraordinária benignida<strong>de</strong>, e bon-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta alta Princesa. E ainda que isto era mais do cargo <strong>de</strong> Cro-<br />

nistas do Reino, que <strong>de</strong> quem o he só da Religião, folgamos <strong>de</strong> fazer,<br />

por <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> animo grato, o que elles <strong>de</strong>vem por obrigação <strong>de</strong><br />

ollieio. Em huma dizia a Rainha assim:<br />

«Dona Prioresa, <strong>Fr</strong>eiras, e Convento: Vi a carta, que me escreves-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!