Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Foi este iim <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s erros <strong>da</strong> egrqa ; e o futuro, n8o em<br />
nossa vitl,i <strong>de</strong> certo, mas ás gera~iòes \iii<strong>do</strong>uras, saberá dizcr quaes<br />
os fiiriestos resulta<strong>do</strong>s d'taste <strong>de</strong>ploravel acontecimento.<br />
O concilio quiz impòr as suils <strong>de</strong>cisòes ao mun<strong>do</strong> cntholico, c<br />
mais <strong>de</strong> uma iiac;8o Ih'as niio qui~ acceitar sem reslriçcòes.<br />
A posição <strong>da</strong> egreja <strong>de</strong>s<strong>de</strong> este momento começa <strong>de</strong> ser mui dif-<br />
ficil, porque enceta a lucta com a realeza ; e em muitos logares,<br />
o qiic cra inteiramente novo, são os proprios monarchas que <strong>de</strong>-<br />
fen<strong>de</strong>m as heresias.<br />
Ao mesmo tempo, como a rcforma protestanlc 6 odiosa para a<br />
monarchia, porque a forca, que 'riella se irivol\e e que acaba <strong>de</strong><br />
ahalar o tlirorio <strong>de</strong> Yedro, 6 capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir tambem os thronos<br />
<strong>do</strong>s reis, iic.onttlce que os combatciiles, que se acercam <strong>do</strong>s moriar-<br />
t 1~19. ntac,,irn a se aposto!ica, preti:ri<strong>de</strong>ri<strong>do</strong> cubrir com seu escu<strong>do</strong><br />
o c ,itli ,li( ,\mo ; e, como este se idctitilica 110 papa<strong>do</strong>, centro <strong>da</strong><br />
SO. csli,,. \Crn iiiagar a existencia <strong>da</strong> legislacào geral <strong>da</strong> egreja,<br />
(Ia Icpislação verd~dciramente cathoiica, ecumeriica, pugnan<strong>do</strong> tão<br />
s6 pelas liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s egrejiis.<br />
Ca<strong>da</strong> um tracta <strong>de</strong> si, ca<strong>da</strong> um procura fazer na sua cgrcja as<br />
reformas qiic a <strong>de</strong>ixem coexistir com os progressos <strong>da</strong> moriarchia,<br />
com os dirclitos <strong>da</strong> coroa; mais tar<strong>de</strong> isto passa-se (Ia mesma manvira,<br />
mas para ajustar ao imperio <strong>da</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> o calholicismo <strong>da</strong> egreja.<br />
lrsk inolirncaiilo eniituli-se, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> sé apostolica, sem o<br />
aeii tisst~titimeiito, e algumas vezes mesmo sem clla sabcbr; mas<br />
ciliicitua-sc e k reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nasce d'aqui um esta<strong>do</strong> abortivo, mori-<br />
struoso ; po<strong>de</strong> quasi dizer-se com acerto - o calholicismo romano<br />
-porque o pretentli<strong>do</strong> catholicisrno <strong>da</strong>s outras egrejas d diverso<br />
<strong>do</strong> <strong>de</strong> Koma; e d'este mo<strong>do</strong> elle <strong>de</strong>sapparece a meio <strong>de</strong> sobre a<br />
terra.<br />
A ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é que este esta<strong>do</strong> 6 incomprehensivcl, mas real; a ver-<br />
<strong>da</strong><strong>de</strong> 6 quc a cgreja tem razào dc se queixar <strong>da</strong>s nações catho-<br />
lictis ; -1niis tambem é ver<strong>da</strong><strong>de</strong> que só a separação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is po<strong>de</strong>res,<br />
<strong>de</strong>iliin<strong>do</strong> a cgreja entregue ao seu proprio vi~er, po<strong>de</strong>rá<br />
c.orisc1puir o catholicismo ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro, se um catliolicismo k possivel<br />
; c tambcm 6 f6ra <strong>de</strong> duvi<strong>da</strong>, para n6s, que aquella scparaçâo<br />
só po<strong>de</strong>rá inteiramente verificar-se, quan<strong>do</strong> a egrqa quizer rcformar-scl,<br />
mo<strong>de</strong>lar a sua coristituiçào pela architectura <strong>do</strong> primitivo<br />
christi;iirisrno, porque o que actualmente se podc sem erro chamar<br />
cuílrolicismo romano, k um conjuricto <strong>de</strong> instituições iricom-<br />
8