Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
idhas <strong>do</strong> absolutismo real; essas theorias foram ganhan<strong>do</strong> imperio<br />
na opinião, como que pouco e pouco saturan<strong>do</strong> o meio on<strong>de</strong> res-<br />
pirava a intelligencia <strong>da</strong> nação.<br />
Os reina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> João 11, D. Manuel, D. João rii, D. Pedro ir e<br />
D. João v, dáo bastantes exemplos <strong>do</strong> progresso que entre nós<br />
fizeram estas id8as.<br />
]S: no tempo <strong>de</strong> 1). Jos8 I que se realisam as gran<strong>de</strong>s reformas<br />
<strong>do</strong> po<strong>de</strong>r absoluto e se rrgue em to<strong>do</strong> o vigor nas leis e institui-<br />
ções a organisação curiosa <strong>do</strong>s <strong>direitos</strong> e <strong>de</strong>veres majestaticos <strong>do</strong>s<br />
summos imperantes.<br />
fi indispensavel para o nosso proposito expor a theoria <strong>da</strong> pro-<br />
tecçáio e irispecção suprema, emquanto á socie<strong>da</strong><strong>de</strong> ecclesiastica, a<br />
theoria <strong>do</strong> jus circa sacra.<br />
Sercbmos mui brevcs, porque bem conhecemos quanto fastidiosa<br />
sclrtí a leitura d'estes singulares systemas, escolasticos e como que<br />
theatraes; muito especialmente quan<strong>do</strong> hoje estamos acostuma<strong>do</strong>s<br />
á leitura encanta<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s publicistas e philosophos mo<strong>de</strong>rnos, lei-<br />
tura não secca e ari<strong>da</strong> como csta, mas enthusiastica e gran<strong>de</strong>.<br />
Fun<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-se na auctori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> biblia, nos livros <strong>da</strong> sabe<strong>do</strong>ria<br />
e <strong>do</strong>s proverbios e nas epistolas <strong>de</strong> Paulo, e citan<strong>do</strong> ao jesuita<br />
Soares no tracta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s leis, ou a Scoto no tracta<strong>do</strong> <strong>da</strong> justiça, era<br />
<strong>do</strong>gma que s6 havia <strong>do</strong>is imperantes sem superior na terra, cujo<br />
supremo imperio recebiam primaria, directa c immediatamente <strong>de</strong><br />
Deus; um sobre as cousas temporaes-o rei, outro sobre as<br />
espirituaes - o papa.<br />
O po<strong>de</strong>r supremo era a reunião <strong>do</strong>s <strong>direitos</strong> majestaticos, em<br />
cujo exercicio o imperante não tinha por norma senão o fim <strong>da</strong><br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong>; a sua vonta<strong>de</strong>, diziam com Arniseo no tracta<strong>do</strong> De<br />
jure nlajestatico, é a lei viva e anima<strong>da</strong> sobre o mun<strong>do</strong>.<br />
Comtu<strong>do</strong> esta vonta<strong>de</strong> não podia <strong>de</strong>sa<strong>do</strong>rnar o summo imperante<br />
<strong>do</strong>s <strong>direitos</strong> majestaticos, os quaes eram inabdicaveis, e, ain<strong>da</strong> que<br />
expressamente os separasse <strong>de</strong> si, ou transferisse, era ndlo tu<strong>do</strong><br />
o que nesse senti<strong>do</strong> fizesse. Os D.D., len<strong>do</strong> certo texto <strong>da</strong>s<br />
dccretaes, explicavam isto simplesmente. $ porque, diziam, esses<br />
<strong>direitos</strong> são a essencia <strong>da</strong> majesta<strong>de</strong> rrgia; ipso manente rege, não<br />
pó<strong>de</strong> alienal-os; em outros termos, seria ameaça<strong>da</strong> a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
pois guc ficaria iim corpo sein cabeça, contra o texto <strong>do</strong> Cap.<br />
cunt noii liceat, <strong>de</strong> praescrip. respectiva.<br />
Vinha logo d'aqui uma valiosa consequencia: é que sustentavam