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Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

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opinião adversa 1; e sen<strong>do</strong> assim, não podia a mesma Carta, em sua<br />

mente, consentir a perseguição <strong>da</strong>s heresias em <strong>de</strong>feza <strong>da</strong> egreja e<br />

contra os <strong>direitos</strong> <strong>do</strong>s ci<strong>da</strong>dãos que prometteu guar<strong>da</strong>r;-pela Carta<br />

não po<strong>de</strong>m estar em vigor essas riziveis theorias; porque a Carta,<br />

se <strong>de</strong>clara a religião catholica religiao <strong>do</strong> reino, ha <strong>de</strong> protegel-a,<br />

ha <strong>de</strong> reverenciar a sua liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia soberana, e não<br />

po<strong>de</strong>, sem justo titulo, promover o restabelecimento <strong>da</strong> antiga c<br />

funtlamental ,disciplina, qi~ari<strong>do</strong> ;i rgreja a não cstiibelcccr para si;<br />

isto só porque ao esta<strong>do</strong> pertcnce a siimma inspccqao.<br />

Nào <strong>de</strong>rem estar em vigor, porque scria rcsirscitur, no mc~io <strong>da</strong><br />

nova epoca <strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, as tlieorias josephiiias, que representaram<br />

o seu papel iia historia, mas que hoje niiiguem <strong>de</strong> srntimentos patrioticos<br />

e liberaes, querer8 sem duvi<strong>da</strong> ver reedificar iio seio <strong>da</strong><br />

1 Tem.se espalha<strong>do</strong> a<strong>do</strong>iitrina <strong>de</strong> que nenhum portuguez em face <strong>da</strong> Carta<br />

po<strong>de</strong> seguir outra ieligião que 1120 seja a catholica, ciii<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-se meqmo que<br />

se não po<strong>de</strong>m exercer cargos publicos erm o? attesta<strong>do</strong>s ?os parochos. qiiaiito<br />

ao assi(luo cumprimeuto <strong>do</strong>s <strong>de</strong>veres &e fiel catliolieo. E este um a11u o intoleravel<br />

e uma interpretação ahsui<strong>da</strong>.<br />

A duvi<strong>da</strong> provem <strong>da</strong>s palarras seguintes <strong>do</strong> art. 6.0 <strong>da</strong> Carta- Todus as<br />

outras religu'0es, diz, srrüo pcrmifti<strong>da</strong>s aos estrangeiros com seu culto dmnrstico,<br />

ou particular, em casas para isso <strong>de</strong>stiica<strong>da</strong>s, sem fórma ulgt~ma exterior<br />

<strong>do</strong> templo.<br />

Dizem d'aqui à contrario que aos portuguezes niio sBo permitti<strong>da</strong>s as outras<br />

rrligi0~s.<br />

Piiinriraincnte, esta disposiç80, se assim se <strong>de</strong>vesse enten<strong>de</strong>r, era digna <strong>do</strong>a<br />

trrnpos <strong>de</strong> c arlos ix, e inteirsmentc louca, por ser impossivel piohibir a qi~alquer<br />

portiiguee seguir no fun<strong>do</strong> <strong>da</strong> siia consciencia outra religiUo c ter lia<br />

iiiriolnhili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua habitação um logar para o culto exterior; a iiao 6c.r<br />

que o icgibia<strong>do</strong>r tivesse a mente eiirgreci<strong>da</strong> pelos plarios <strong>de</strong> algiirna Sairit-<br />

I3aillielemy permanente. Depois, os artigos subseqiieiites <strong>da</strong> ('arta <strong>de</strong>sinriitcin<br />

cahalmeiite isto que <strong>de</strong> pua m4 re<strong>da</strong>cçiio se parece <strong>de</strong>duzir.<br />

O ai tigo 7,s 4.0, falan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s estrangeiios naturalisa<strong>do</strong>s, qualquer que seja<br />

a sua religião, como ci<strong>da</strong>dãos portiigiirzrs os reputa ; logo, supp0e e admitte<br />

a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> portuguczes iiâo catholicos; a nào ser que iio acto <strong>de</strong> natnralisaçRo<br />

se exija a apostaaia.<br />

O artigo 145, <strong>de</strong>screveii<strong>do</strong> as qarantias <strong>da</strong> inviolabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>direitos</strong> civis<br />

e politicos <strong>do</strong>s ci<strong>da</strong>diios portugiieze+. dctrrrniiin no § 4.' qiie iiii~guem (quer<br />

dizer iieiihiirn cirkldfioportu~q~r~z~ pwsa ser persegui<strong>do</strong> por icioti\,os <strong>de</strong> religilo,<br />

iiriiri rez ~ I Tirspeite C a tio E':stl<strong>do</strong> e nio offrii<strong>da</strong> a moral piihlica.<br />

O $ 13 <strong>do</strong> rncsino rii tigo 11.1 diz qiie to<strong>do</strong> o ci<strong>da</strong>dho poi tugnez (logo o ne<br />

turalisa<strong>do</strong>, corn a exct~p2o <strong>do</strong> ai tipo 106 e o jii<strong>de</strong>ri,omussulrnaiin, oprotrstante,<br />

o atlieo, etc.) po<strong>de</strong> ser adrriittitlo aos cnr~os piiblicos e civiu, politicos ou<br />

militares, sem outra diffrreiiça qiie nio scja :I <strong>de</strong> seus talentos e virtu<strong>de</strong>s.<br />

A lrgislaç80 penal recoiihece esta mesina ver<strong>da</strong><strong>de</strong> e assini iiiterpreta a<br />

Carta, pois diz o Codigo no artigo 135:-To<strong>do</strong> o prtuguez que, professan<strong>do</strong><br />

a rdi9zao <strong>do</strong> reino, faitar ... i

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