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Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

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Este projecto, propon<strong>do</strong> que se jiilgassem extinctas aa dioseries,<br />

a qiic elle mesmo nào Jmpuiifia ao Esta<strong>do</strong> a obrigação <strong>de</strong> prover<br />

<strong>de</strong> bispo, sustentava este direito <strong>de</strong> extincção-<strong>da</strong>s diocesee <strong>da</strong> parte<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, como cousa evi<strong>de</strong>nte e que ninguem ousaria contestar.<br />

Dizia elle que ctninguem po<strong>de</strong> confu~idir os <strong>direitos</strong> absolwtos,<br />

inherentes ao homem, com os <strong>direitos</strong> qne as leis conce<strong>de</strong>m (t~<br />

pessoas moraes; que a egreja, juridicamente e para os fias <strong>de</strong> que<br />

&acta, não é mais <strong>do</strong> que um pessoa moral, como o esta<strong>do</strong>, o<br />

geral <strong>do</strong> artigo 36 <strong>do</strong> Cod. Civ., to<strong>do</strong>s os bens mobiliarme e immobiliarios <strong>da</strong><br />

<strong>igreja</strong> ou corporação religiosa que por qualquer metivo se extinguir.<br />

*Art. 2.0- Srto <strong>de</strong>clara<strong>da</strong>s extinctas, pra ae &itm <strong>do</strong> artigo mime<strong>de</strong>nte<br />

se niitras, fabricas <strong>de</strong> cathcdraee e seminarios, pertencentee he dioms, eujas<br />

sEs estão actualmeiite vagas, ou Bquellas que vierem a vagar, on<strong>de</strong> esta<br />

lei 1160 aiictorisa o governo a nomear e apresentar prela<strong>do</strong>.<br />

eArt. 6.0- O governo, dc accor<strong>do</strong> com a sancta M, farã tima nova Mrcamscripgão<br />

<strong>da</strong>s dioceses menciona<strong>da</strong>s no artigo 3.0, comprehen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> nestw 8<br />

Area <strong>do</strong>s bispa<strong>do</strong>s exti~ictos.<br />

619 unico. As dioceses que <strong>de</strong>vem supprimir-se serito administra<strong>da</strong>s por vigarios<br />

geraes, em quanto se nâo concluir a respectiva eircumecripçito.~<br />

Admira-nos este receio <strong>do</strong> auctor Bo projecto <strong>de</strong> iiiio julgar o Esta<strong>do</strong> aiictorisa<strong>do</strong><br />

a reunir ás dioceses existeiites por força <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>cretos as dioceses<br />

e~tiictas, e esperw para isso por accor<strong>do</strong> <strong>da</strong> satictx 66, qiiantlo pai% a<br />

extiricyào d'ellas, o que <strong>de</strong> certo 8 mais grave, não liesitou um momento em<br />

co~!sidcrar o Ehtatlo iiit~irumente iiivesti<strong>do</strong> <strong>de</strong> direito iiicoiitest~lvel.<br />

E unia incohcrcuciw <strong>do</strong> projecto, que revela bem quanto nesta parte eram<br />

pouco seguros os seus fun<strong>da</strong>meritos.<br />

De lia muito que vernos repeti<strong>da</strong>s em to<strong>da</strong> a parte as palavrae, que cosi0<br />

axioniaticas se escreverli no relatorio d'este projecto.<br />

Dix-se sempre, como cousa incontestave1:- a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> itidividual, quem<br />

s coritestsrtí? mas que as pessoas moraea possam ter proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que o asta<strong>do</strong>,<br />

a lei, que as creou, n6o posaa diapor d'ella a seu bel-prazer, quem o suatentar&?<br />

De boa f6, e em soiencia, nb ee <strong>de</strong>ve faeer echo com estas vozes.<br />

Que :r proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> individual tem ei<strong>do</strong> eonteeta<strong>da</strong> po<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve ignoral-o o<br />

liomem <strong>de</strong> sciencia e <strong>de</strong> boa fA?<br />

E, dizci-me, a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> collectiva, e o direito <strong>de</strong> associaç&o, po<strong>de</strong>m dizer-se<br />

assim sem trepi<strong>da</strong>r que saU ooueas <strong>de</strong> que a lei po<strong>de</strong> dispor como ama<br />

creança <strong>de</strong> seus brinque<strong>do</strong>s ?<br />

Por Deus ! a mente <strong>do</strong> homem não k um relogio <strong>de</strong> repetiçao; que se tenha<br />

dicto, que se tenha escripto, que imprta fsm?<br />

E em quanto ao aesumpto <strong>do</strong> projecto aos bem <strong>do</strong> clero, to<strong>da</strong>s estas qo~t&~ toniam novo aspecto; e o ar. Uernardino Pinlieiro não ignorava cle certo que,<br />

alem <strong>de</strong> se discutir, <strong>de</strong> ha muito j&, a legitimi<strong>da</strong>tle <strong>da</strong> expropriaçâo feita pelo<br />

Xsta<strong>do</strong> no acto <strong>da</strong> extincçào <strong>da</strong>s or<strong>de</strong>na religiosas, ain<strong>da</strong> não são passa<strong>do</strong>s<br />

tred annos que aa Constituintes heapanholw ouviram uma voz bem auctdsacla<br />

nos arraiaes <strong>da</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> chamar um roubo a essa expropriação.<br />

Sejamos pois mais francos: o homem livre <strong>de</strong>ve primeiro que tu<strong>do</strong> ser irne<br />

parcial, porque a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> h t5 fawiosa,

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