28.08.2013 Views

Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

cia e <strong>de</strong> cultos e admitte no gremio <strong>da</strong>s suas assemblêas respeitaveis<br />

um impera<strong>do</strong>r dcvasso, irinbicioso, sem consciencia, srm<br />

crenyas, aspiran<strong>do</strong> ao imperio em tu<strong>do</strong> c em to<strong>do</strong>s; - a egreja<br />

qiiasi a<strong>do</strong>ra este scclera<strong>do</strong> que os mais horren<strong>do</strong>s crimes mancham<br />

e fazem aborrecer; <strong>de</strong>screve-o puro e sancto com a penna <strong>de</strong> seus<br />

historia<strong>do</strong>res; v&-o corifuso e pinta-o cheio <strong>de</strong> emoção quan<strong>do</strong> se<br />

assenta, coberto <strong>de</strong> purpiira c com a fronte cingi<strong>da</strong> <strong>de</strong> pedras reluzentes,<br />

no meio <strong>do</strong>s padres vencran<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Nicea; e, cega, nao v@<br />

que este abraço, que clla cui<strong>da</strong> puro e celestial, é um amplexo<br />

concupisce~ite e humano, que a ha <strong>de</strong> aviltar rio futuro; e, <strong>de</strong>scui<strong>do</strong>sa,<br />

entrega-se nestes braços, que se lhe abrem, qiic ella julga<br />

serem os braços <strong>da</strong> fraterni<strong>da</strong><strong>de</strong> e que sáo súmentc os laços subtis<br />

<strong>do</strong> corpo <strong>da</strong> vibora <strong>da</strong> autocracia e <strong>da</strong>s pcrdiyòes <strong>do</strong> imperio! Que<br />

teria si<strong>do</strong> <strong>da</strong> egreja se n:io fossem os seus Agostinhos, o4 seus<br />

Chrysostomos, os seus Cyprianos? Que seria <strong>da</strong> egrcja se Athanasio<br />

nào tivesse neste primeiro momento a inspirayao <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar<br />

o symbolo <strong>da</strong> f6 para pren<strong>de</strong>r a sua uni<strong>da</strong><strong>de</strong> moral? Que seria d'ella<br />

se niio fosse este mal que lhe corria o imperio e lhe q~iehrantavn<br />

as forças? se n8o fosse este ultimo viver effemina<strong>do</strong> <strong>de</strong> C~i~isiiiiitino<br />

e esta escravidão oriental que acabou em Byzancio <strong>de</strong> dissolver<br />

o imperio?<br />

Quan<strong>do</strong> se reflecte no que podia ter si<strong>do</strong> a egre.ja christã; quan<strong>do</strong><br />

se pensa e se <strong>de</strong>scobre <strong>de</strong> c~ntrc as paginas <strong>do</strong> Evangelho iim horizonte<br />

vastissimo, cheio <strong>de</strong> luz, sublime, e se olha <strong>de</strong>pois As tr41:w.<br />

aos <strong>de</strong>svarios, ás luctas, fis imperfciyòcs que 11o.j~ cobrem tlc Iùllos<br />

este vulto candi<strong>do</strong> e colossal <strong>da</strong> egre.ja, sente-se bem a coridic;80 e<br />

fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s colisas humanas, que os proprios livros sanctos tanta<br />

vez nos lembram.<br />

Ou srja Constantino umvulto abjecto, como o fazem Juliario e<br />

Sozomeno, ou um homem puro e justo c gran<strong>de</strong>, como o qucrem<br />

Eusebio, Lactancio; o que (. certo 6 que a cgrcja neste momento<br />

tocava, sem o perceber, em uma <strong>de</strong> suas maiores tentações e <strong>de</strong><br />

suas maiores <strong>de</strong>sgra~as.<br />

A egreja sentia, <strong>de</strong> repente, sob suas máos, os thesouros <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r<br />

temporal, e este contacto infernal <strong>de</strong>spertava-lhe um <strong>de</strong>se-jo novo<br />

e fatal, <strong>de</strong>sprendia-lhe os olhos <strong>do</strong> cbu, ondc os tivera fitos at6<br />

1 Edicto <strong>de</strong> Milão <strong>de</strong> Constantino e Licinio, <strong>do</strong> anno 313 - Lactanc. <strong>de</strong><br />

Mort. pereecut. c. 48 - Euscb. Hist. eccles. x-5

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!