Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
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Na epistola a Felix, presbytero, e Paulo diacono e sua plebe 1,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> expor as regras <strong>da</strong> or<strong>de</strong>naçao e escolha <strong>do</strong>s bispos, sa-<br />
cer<strong>do</strong>tes e diaconos, fun<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-se nos numeros <strong>de</strong> Moysks e nos<br />
Actos <strong>do</strong>s apostolos, accrescenta :<br />
uProptrr qiiod diligenter <strong>de</strong> traditione divina et apostolica observa-<br />
ationr sor\;iiidiim est et teiicndum, quod apiid nos qiioque, et fere<br />
«pcr pro~incids universas tenetur, ut ad ordiriatioiies rite celrbran<strong>da</strong>s<br />
«ad eam plebein, cui praepositas ordinatiir, rpiscopi ejiisdcm provin-<br />
«ciae proximi yuiiiqiie conweniant, et rpiscopus dcligatur plebe pre-<br />
usente, qriae singuloriim vitam plenissirne nobit, et uniiis cujusque<br />
aactiim <strong>de</strong> ejus conserialioiie perspexit.))<br />
Notcmos, portanto, que não era só o que se <strong>de</strong>via guar<strong>da</strong>r re-<br />
ligiosameritc por ser tradiyâo divina e observancia apostolica, mas<br />
por scr o que se ftizia fere per provincias universas.<br />
Era a disciplina ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira, a melhor, a mais geral ; era<br />
a lei.<br />
A tradiç'io, que cste padre aconselha a ca<strong>da</strong> passo e tanto ve-<br />
nera cm suas obras, foi brilhantemente <strong>de</strong>fendi<strong>da</strong> neste pcriotlo<br />
pelo celebre S. Justirio, apologista, martyr e <strong>do</strong>utor, que iiveu<br />
tles<strong>de</strong> os comecos <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> seculo, <strong>de</strong>fesa que elle eRectuou,<br />
protegen<strong>do</strong>-a com sua penna e edificari<strong>do</strong>-a com suas obras.<br />
Tertulliano e S. Irerieo, escreven<strong>do</strong> nos fins <strong>do</strong> mesmo seculo,<br />
combatcm tambcm sob a mesma ban<strong>de</strong>ira.<br />
E a poucos passos vemos, ain<strong>da</strong> que noutro prrio<strong>do</strong>, rim \iilto<br />
hrilliantissirno, que a egreja celcbra e a historia nòo meiios I.(,,-<br />
peita, S. Agostiriho, que (? o talentos0 continua<strong>do</strong>r d'estes varões<br />
illustres.<br />
Por to<strong>da</strong> n historia os exemplos são numerosissimos, e, <strong>do</strong>n<strong>de</strong><br />
resta noticia <strong>da</strong> ordcnay7io <strong>do</strong>s bispos, isto se v&.<br />
O miiis ieneran<strong>do</strong> exemplo é o <strong>de</strong> S. Lino, bispo <strong>de</strong> Roma,<br />
que, or<strong>de</strong>na<strong>do</strong> pelos apostolos Pedro e Paulo, apezar d'isso, é a<br />
cgr(ja, 6 a plebe christá <strong>de</strong> Roma que o elege.<br />
Era tu<strong>do</strong> paternal aqui ; - nao Iiavia a imposiq'io inconsciente,<br />
q11asi brutal, <strong>da</strong> vontadc <strong>de</strong> um homem, embora bispo, embora<br />
drpositnrio <strong>de</strong> uma herança apostolica (permitta-se a expressáo)<br />
cm linha recta.<br />
O bispo eleito por os <strong>de</strong> sua provincia, não entrava na cornmu-<br />
1 Epist. 4, lib. 1.0, pag. 31.