Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
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ctos são perfeitamente insoluveia neste esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> rela~ães, e mostram<br />
assim o vicio d'essas mesmas relaçães.<br />
Este facto <strong>de</strong> o Esta<strong>do</strong> ter <strong>de</strong> pagar ao sacer<strong>do</strong>te, 6 ain<strong>da</strong> outra<br />
salicnte e <strong>de</strong>testavel consequencia <strong>de</strong> similhante systema, pois<br />
que d'essa maneira o sacer<strong>do</strong>te 6 necessariamerite um assiilaria<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, um funccionario, um emprega<strong>do</strong> priblico; c neo ha<br />
na<strong>da</strong> mais indigno <strong>do</strong> que fazer fiinccionario publico o sacer<strong>do</strong>te,<br />
o padre, este homem que tem <strong>de</strong> realisar na terra uma tno eleva<strong>da</strong><br />
e sancta missiio.<br />
uma i<strong>de</strong>a que faz tedio.<br />
]I: d'esta maneira, os ficis, <strong>de</strong> braços cruza<strong>do</strong>s, conseritcm que<br />
lhe imponham por parte <strong>de</strong> uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> moral, que niio tem,<br />
nem po<strong>de</strong> ter religigo, o padre, o parocho, csse que ha <strong>de</strong> sanctificar-lhes<br />
o primeiro dia <strong>da</strong> existencia <strong>de</strong> seus filhos, consagrarlhes<br />
a iinião perpetua com a mulher que lhes partilha a vi<strong>da</strong>, acompanhal-os<br />
na angustia <strong>da</strong> hora final, ser-lhes um pac provi<strong>de</strong>nte<br />
no <strong>de</strong>salento e na miseria !<br />
E isto promette e cumpre o Estu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> prumcttcii. e <strong>de</strong>ve<br />
cumprir a inviolabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que fere vitalmente agora,<br />
porque tanto concorre para n <strong>do</strong>taçno <strong>do</strong> clero o jii<strong>de</strong>u e o prc*.<br />
testante, como o catholico !<br />
As leis, edifican<strong>do</strong> as instituiçòes, acostuman<strong>do</strong>-nos a ellas, exigin<strong>do</strong>-nos<br />
rigoroso respeito, concorrem efficazmente para a formaçso<br />
<strong>da</strong> opinião <strong>do</strong> publico, e triste 6 a opinião publica que se robustece<br />
á sombra <strong>de</strong> similhantes instituições.<br />
Alem d'estas <strong>de</strong>sigiial<strong>da</strong><strong>de</strong>s e incoherencias, alem d'estes erros e<br />
inconvenientes disposiç<strong>de</strong>s, o actual esta<strong>do</strong> dç relaçks <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> 1<br />
e egreja portugueza 6 incompativel com a id6a <strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, com<br />
o espirito <strong>do</strong> actual regimen.<br />
Qiie a egrcja coriserve os seus usos e costumes proprios, suas<br />
praxes <strong>do</strong>mesticas, na<strong>da</strong> nos importa ; ella C! uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> livre<br />
<strong>de</strong> homcns livres, reuni<strong>do</strong>a para o mais livre fim, qual t! a religião.<br />
Viva pois como quizer.<br />
O que nos interessa 6 a critica d'estas liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s que lhe advêm<br />
<strong>do</strong> la<strong>do</strong> profano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
Não <strong>de</strong>sconhecemos n6s quão preciosas foram em tempos estrts<br />
liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s, mais ou menos ligadirs ao esplen<strong>do</strong>r <strong>do</strong> sccptro portuguez;<br />
ellas marcam epocas <strong>de</strong> <strong>de</strong>safronta, prio<strong>do</strong>s <strong>de</strong> gloria. NHo<br />
as renegamos pois; mas porque Affonso, o filho <strong>do</strong> con<strong>de</strong> E-lvnriqiie,