Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
direito ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente catholico. e em to<strong>do</strong>s os casos n3o ataca<br />
a disciplina fiin<strong>da</strong>mental, nem o <strong>do</strong>gma 4.<br />
Outr'ora era o rei que representava a naç8o; os <strong>direitos</strong> <strong>da</strong><br />
cgreja portugiieza, nasci<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s pretc:risões <strong>do</strong>s reis, eram como que<br />
nasci<strong>do</strong>s <strong>da</strong> mesma naçao: como qricreis eritao cliamar-lhcs servidào<br />
? Servi<strong>da</strong>0 pnra a egreja ? Para que cgrr-ia? para a portugueza?<br />
1180, que era ella que os estatuia. Sclrvidão para a egreja<br />
catholica ? como ? se estas liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s se nào impòcm n outras egrejas,<br />
e para a propria são liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s e não serçidòcs? Servidão em<br />
rclaçào ao papa ? embora ; chama(.-lhe assim, se qucreis ; mas<br />
qiicni diz liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, diz implicitamente direito a respeito <strong>de</strong> alguma<br />
cousii, e por isso obrigação (servidão, como dizeis) <strong>da</strong> parte<br />
<strong>de</strong> alguem <strong>de</strong> o acatar.<br />
E ho,je mcnos duli<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m ficar a cstc rc~spcito, porque Iioje<br />
6 real, nào ficticiamcrite, que a nagno, qiic o clero portiieuez, que<br />
sc <strong>de</strong>ve saber e dcst*jar portugiicz, as promiilgou para si no acto<br />
solcmrie <strong>de</strong> sua nova constituiçao politica.<br />
E se fostes v6s mcsmos, qilc quizrstcs a constituição politica e<br />
lihcral (porque quem não acceita a con~titiiiçâio <strong>de</strong> um paiz, expatria-se,<br />
dsnaturatisa-se e não se faz inimigo sob a apparcncia <strong>de</strong><br />
s~ihrlito;, ç6s mesmos quizestes tambvm conasrçar a antiga liber<strong>da</strong>tlr<br />
a(~ approvayão <strong>da</strong>s brillas pelo re~io placito antes <strong>de</strong> terem<br />
vigor; e como inten<strong>de</strong>is a permancncia, a co-existencia d'estes<br />
principias <strong>da</strong>s leis com as vossas idCas sobre liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> egrejas<br />
particiilares nacionaes?<br />
A bulla a que foi nega<strong>do</strong> por uma lei o beneplacito ha <strong>de</strong> executar-se<br />
ria egrcja portugueza? A lei que <strong>de</strong>nega o beneplacito<br />
1120 ser8 o texto <strong>de</strong> uma nova liber<strong>da</strong><strong>de</strong>?"<br />
Não 6 06 <strong>de</strong> agora que e d romana tem respeita<strong>do</strong>, como <strong>de</strong>via, estas li.<br />
ber<strong>da</strong><strong>de</strong>s (que não discutimos aqui, senão <strong>de</strong> facto e não <strong>de</strong> principio som<br />
<strong>de</strong>c1arar berrtica OII schisrnatiea a egreia portt~gucza, e i<strong>do</strong> mesmo <strong>de</strong>pois<br />
<strong>da</strong> inex~cuçlo <strong>da</strong> bulla In Coena Domini. Vê-se <strong>de</strong> João Pedio Riheiro como<br />
já antes <strong>do</strong>s falsas <strong>de</strong>cretaes estas egrejas com direito proprio n8o eram reputa<strong>da</strong>s<br />
echisrnaticas.<br />
aAhi veremoe, diz este escriptor no prologo <strong>do</strong> fieu rnan~ecripto, ahi veremos<br />
tambem a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> disciplina particular <strong>da</strong> nossrr, Egreja e <strong>da</strong><br />
Uiiiversal, sem que comtu<strong>do</strong> fosse nunca reputa<strong>da</strong> ~chismatica ou menos obediehte<br />
filha <strong>da</strong> Roinana, ctGas prt.io,rr:ttirrts scinpre reconheceu e venerou..<br />
2 Veja em Bernardino Carneiro a lirta <strong>da</strong>s btillae a que as noaaas leis <strong>de</strong>negaqhin<br />
o heiieplacito. Elens. <strong>de</strong> ar. Eccles. 7'ort. Introducç., éJ 66 not.<br />
E evi<strong>de</strong>ntemente umas <strong>da</strong>s fontes mais srgiiras <strong>da</strong>s liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> egreja<br />
portugueza.