Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O rumor <strong>da</strong>s ~,elqj,is com os mouros srreiia nos ares; a pnv,<br />
vai <strong>de</strong>senrolan<strong>do</strong> pre$uiqo*amente suas candi<strong>da</strong>s azas; o esta<strong>do</strong><br />
civil procura respirar <strong>de</strong>baixo <strong>do</strong> peza<strong>do</strong> jugo clerical.<br />
O nome <strong>de</strong> Portugal começa a fazer-se respeita<strong>do</strong> ; a nacionali-<br />
<strong>da</strong><strong>de</strong> portugueza iilcan~a os titulos tle siia in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia.<br />
A egrrja portugueza começa a tlctcrminar as suas formas, a<br />
crear com as concor<strong>da</strong>tas os primeiros capitulas <strong>do</strong> seu Codigo; e<br />
por fim um rei, cuja vi<strong>da</strong> an<strong>da</strong> involta em uma sympathica len<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong> amores, e em vigorosos exemplos <strong>de</strong> justiça ensina<strong>da</strong> aos jui-<br />
zes, recosta-se sereno em seu throno, e diz d'ahi aos officiacs <strong>da</strong><br />
Curia Romana, quan<strong>do</strong> lhe apreseiita~am as letras <strong>de</strong> Sua Saricti-<br />
<strong>da</strong><strong>de</strong>: - que nos mostrem esses escripios ou letras; oel-as-emos r<br />
rnafttIaremos que se publiquem pela guisa que <strong>de</strong>vem i.<br />
Quc viessem agora as bullas <strong>de</strong> submiss;io a Tole<strong>do</strong> ou Cornpos-<br />
tella, que ahi estava a gran<strong>de</strong> arma que havia <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o esta<strong>do</strong><br />
<strong>da</strong> tyrannia clerical.<br />
Aquelle direito, que os primeiros monarchas tinham adquiri<strong>do</strong><br />
perante a egreja com o sangue <strong>do</strong>s seus e o esforço <strong>de</strong> seu braço,<br />
e que ia como qiie esqucccn<strong>do</strong>, rcjuvc[iesce agora mais forte, por-<br />
que se apoia nos titulos juridicos iiacionaes, que a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma tbpoclia <strong>de</strong>sgraça<strong>da</strong> fizera imperiosamente escrever entre as<br />
leis d'csk povo.<br />
l'oucos annos eram passa<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> a coroa <strong>de</strong> Portugal r61a<br />
por terra, sem ter fronte em que levante seus floròes; ergue-a a<br />
mão po<strong>de</strong>rosa <strong>da</strong> soberania popular e colloca-a na cabeça <strong>de</strong> um<br />
escolhi<strong>do</strong> seu, repulsan<strong>do</strong> ao inve,joos leão <strong>de</strong> Castella.<br />
A vi<strong>da</strong> era nova ; uma su,jeiçiio qualquer ás garras d'aquelle pe-<br />
rigoso <strong>de</strong>fensor <strong>do</strong>s monarchas hespanhoes, não seria já um perigo,<br />
mas era um <strong>de</strong>slustre. A egreja portugueza n8o podia ficar escrava<br />
<strong>de</strong> uma metropole extrangeira e inimiga. Longe ia o me<strong>do</strong> pavo-<br />
roso <strong>da</strong>s cxcommunhões e <strong>do</strong>s interdictos ; agora o respeito pun<strong>do</strong>-<br />
noroso substituia aquelle sentimento pueril; e por isso D. João I<br />
supplica <strong>do</strong> Papa a creação d'uma metropole em Lisboa, e a libcr-<br />
tação perpetua <strong>de</strong> suas suffraganeas <strong>do</strong> arcebispa<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. Thiago<br />
<strong>de</strong> Compostella.<br />
A bulla <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1394 <strong>de</strong> Bonifacio ix liberta<br />
1 Lei <strong>da</strong> D. Pedro I, a respeito <strong>do</strong> beueplacito, sanceiona<strong>da</strong> no art. 42 <strong>da</strong>s<br />
cortes <strong>de</strong> Elvas <strong>da</strong> era <strong>de</strong> 1399, <strong>de</strong>pois traiiscript,~ para a Ord. Aff'ous., liv.<br />
B.O, tit. 6.0<br />
11