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Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

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Não ha um só bispa<strong>do</strong>, um só arcebispa<strong>do</strong>, que seja erigi<strong>do</strong><br />

sem a sollicita~ão real e sem os protestos <strong>de</strong> plenitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

<strong>da</strong> parte <strong>de</strong> Roma nas bullas <strong>de</strong> erecçâo ; e, se por um la<strong>do</strong> ellas<br />

provam a intervenção <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r real, por outro la<strong>do</strong> <strong>de</strong>primem<br />

tanto esta intervenção, que pó<strong>de</strong> duvi<strong>da</strong>r-se se os papas náo teriam<br />

o direito <strong>de</strong> crear um bispa<strong>do</strong> no reino sem ouvir os monarchas<br />

ou sollicitar o seu consentimento.<br />

Lemhrcmo-nos, to<strong>da</strong>via, <strong>de</strong> que a bulla <strong>de</strong> erecção era uma<br />

bulla como qualquer outra, e que s6 o beneplacito regio a po<strong>de</strong>-<br />

ria auctorisar.<br />

Se o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> D. Joao I, para a elevação <strong>de</strong> uma metropole<br />

na diocesc <strong>de</strong> Lisboa, não fosse attendi<strong>do</strong>, nao podia, sem duvi<strong>da</strong>,<br />

esse monarcha crcar por suas Icis o arcebispa<strong>do</strong>; mas, se sem sol-<br />

licitaçâo sua sc preten<strong>de</strong>sse erigir a mctropole <strong>de</strong> Lisboa, a elle<br />

cabia oppor-se, e impedir a erecqão, negan<strong>do</strong>-lhe o seu regio placito.<br />

Eis aqui como o assentimerito <strong>do</strong>s monarchas, quanto Bs altera-<br />

ções <strong>da</strong> circumscripção ecclesiastica em territorio seu, era condição<br />

essencial d'essa alteraçáo.<br />

E preciso confessar, comtu<strong>do</strong>, que ate o tempo <strong>de</strong> D. Jose I<br />

o nosso direito ecclesiastico é como que fluctuante e mal seguro.<br />

A Se Apostolica para nOs, como para to<strong>da</strong>s as nações, náo reco-<br />

nheceu expressamente as liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s nacionaes ; e como em gran<strong>de</strong><br />

parte o seu unico titulo era o uso, e a elle se oppunha o dizer <strong>da</strong>s<br />

bullas terminante, f~iri<strong>da</strong><strong>do</strong> nas <strong>de</strong>cietaes, supremo; e alem d'isso<br />

os nossos monarchas, ora conscios <strong>de</strong> seus <strong>direitos</strong> se levantavam al-<br />

tivos a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r as suas prerogativas, oril subjuga<strong>do</strong>s pela siip~rsti-<br />

ção e zelo exaggera<strong>do</strong> se submettiam cíqrielle gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r extra-<br />

nacional; d'ahi vem estas incertezas e difficiil<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

I3 no tempo <strong>de</strong> D. Jose que se fixa e <strong>de</strong>termina este direito com<br />

to<strong>da</strong> a precisão.

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