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Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

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irascivel em a nova conquista <strong>do</strong> papa<strong>do</strong>, ha como que o saciar<br />

d'estes odios turbulentos que lhe vemos revolverem os padres <strong>de</strong><br />

Calce<strong>do</strong>nia, quan<strong>do</strong> exornam o patriarcha <strong>de</strong> Constantinopla <strong>da</strong>s<br />

maiores honras e distincções <strong>da</strong> egreja.<br />

O oriente oppunha-se-lhe ; escarnecia <strong>do</strong> seu po<strong>de</strong>r unico ; e<br />

roubava-lhe a sddc <strong>do</strong> podcr temporal, que por ventura um dia<br />

ella poddra her<strong>da</strong>r: d por isso que em sua mente nasce a id<strong>da</strong><br />

d'esta conquista ; é por isso que elle se arremessa sobre to<strong>do</strong> o<br />

occi<strong>de</strong>nte, prometten<strong>do</strong> a si mesmo ganhar-lhe o imperio.<br />

A empreza parece impossivel ; mas Roma, ain<strong>da</strong> que em ruinas,<br />

ain<strong>da</strong> que incendia<strong>da</strong> pelos barbaros, d scmpre Homa, um gran<strong>de</strong><br />

nome, uma gran<strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> sem egual, quasi uma personali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

viva, zomban<strong>do</strong> <strong>do</strong>s seculos, ingente, superior, incomprehensivel,<br />

, a rainha <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

Deixae passar os tempos, que a conquista ha <strong>de</strong> vencer-se ; e<br />

haveis <strong>de</strong> vel-a, ahi, no seciilo rx, coroan<strong>do</strong> a fronte com a tiara<br />

papal. .<br />

Diz um admiravel historia<strong>do</strong>r, e d uma gran<strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> : -õ<br />

mun<strong>do</strong> antigo caminhava ent8o entre <strong>do</strong>us abysmos - a auto-<br />

cracia <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>, <strong>do</strong> outro a thcocracia.<br />

Se com o estabelecimento <strong>do</strong> imperio em Constantinopla, Roma<br />

guar<strong>da</strong>sse para si o pren<strong>de</strong>r este laço moral <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> politica,<br />

extinclo ficava este antagonismo, que tem si<strong>do</strong> na antigui<strong>da</strong><strong>de</strong>, e<br />

hoje vai sen<strong>do</strong>, a causa primeira <strong>de</strong> tantas turbações e tenebrosas<br />

luctas.<br />

Mas não; Roma e Constantinopola, ambas foram infieis ti sua<br />

id6a ; ambas se invejaram os proprios patrimonios.<br />

Constantinopola quiz ver d'entre as purpiiras imperiaes e <strong>do</strong> meio<br />

<strong>do</strong>s esplen<strong>do</strong>res orientaes o espectaculo tristissimo <strong>da</strong> consciencia<br />

religiosa esmaga<strong>da</strong> pelo podcr secular ; Roma, que segurava <strong>de</strong><br />

facto entre suas m3os a auctori<strong>da</strong><strong>de</strong> religiosa na consciencia <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> christão, cubiyou <strong>de</strong>scobrir <strong>do</strong> alto dc seu throno pol* li- .<br />

mites <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>rio, por confins <strong>de</strong> sua monarcliia theocratica,<br />

os proprios limites e confins <strong>do</strong> universo.<br />

& assim que surgem para aquella o schisma, uma escholastica<br />

risivel, que inva<strong>de</strong> os sumptuosos paços <strong>do</strong>s impera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />

esses sophismas que, na expressao <strong>de</strong> Castelar, só a cimitarra turca<br />

pô<strong>de</strong> cortar, -e que para estii riascem e se gravam nas paginas<br />

<strong>de</strong> sua chronica esses nomes gran<strong>de</strong>mente celebres <strong>de</strong> Gregorio-vn,

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