Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
e o <strong>de</strong> Aniceto <strong>de</strong> 157 ! Veja-se, pois, que grosseira falsificação<br />
esta nos termos, nas <strong>de</strong>terminaçòes <strong>do</strong> texto, em tu<strong>do</strong> palpavel,<br />
saliente cni tu<strong>do</strong>; dissonarite <strong>do</strong> espirito <strong>da</strong> epocha a que se attri-<br />
biie, impossivel mesmo dc se ter realiça<strong>do</strong> nos fins <strong>do</strong> primeiro<br />
scculo. E, ao mesmo tempo, qiie supremacia colossal a qiie d'ahi<br />
sr tlescobre na çadcira <strong>de</strong> Pedro !<br />
Deixii estupefacto esta au<strong>da</strong>cia <strong>de</strong> quem quer que fosse o seu<br />
aiictor !<br />
Accrescentai a isto os esforços feitos, havia já tres seculos, <strong>da</strong><br />
parte <strong>de</strong> Koma, por ventura inconscientes, para conqiiistar o pri-<br />
meiro logar ; o respeito ignorante <strong>da</strong> christan<strong>da</strong><strong>de</strong> ; a effectiva su-<br />
premacia religiosa e moral jh conquista<strong>da</strong> no fim <strong>do</strong> seculo v111 ;<br />
c ten<strong>de</strong>s assim a explicação <strong>do</strong> temor com que foram acceitas as<br />
<strong>de</strong>cretaes e <strong>do</strong> ar<strong>do</strong>r com que os papas as <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram!<br />
Thomassin, quan<strong>do</strong> preten<strong>de</strong> explicar a transformação por que<br />
passa nos fins <strong>do</strong> seculo viir a disciplina <strong>da</strong> egreja, escreve estas<br />
riotaveis palavras :<br />
ulta cum rebus hiimanis comparatum est, ut jus qoodlihet ad eum<br />
tan<strong>de</strong>m dc\ol\atiir cique adhaerescat, cui caeteri illud permittunt,<br />
ciirandiim. <strong>de</strong>fiingendiimque diutissime.. ... . EIaec innoxia cst et sin-<br />
cera ratio qiia dcvoluta praescriptaqtie sunt pleraqiie jura, nec Pon-<br />
tificibiis, ncc Episcopis animum ad hacc advertentibus, sed sensim,<br />
sine sensu, invalescentc usu ct rcs itii confirmante ut infirmari <strong>de</strong>in<strong>de</strong><br />
netitiquam possinl. In utraqiie hotninum politia, ita multa fiunt iner-<br />
pcctata, inopiria; nemine fere diin fiunt advertente, nemine cum fa-<br />
cta sunt, infecta jum red<strong>de</strong>re pol1erite.n<br />
Sensim et sine sensu! Mas, se isto A ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, consentiu-se,<br />
consentiu a propria egreja no menoscabo <strong>da</strong> auctori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s con-<br />
cilio~ ecumenicos, fomentou o <strong>de</strong>sprezo <strong>da</strong> pura disciplina pri-<br />
mitiva ! to<strong>do</strong> o crime <strong>da</strong> infame falsificação <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cretaes peza so-<br />
bre ella ! Não ; não po<strong>de</strong> ser; porque entáo nâo teriam esses <strong>do</strong>-<br />
cumentos ganha<strong>do</strong> o respeito que alcançaram, porque foi exacta-<br />
mente pela sua antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> veneran<strong>da</strong> que elles po<strong>de</strong>ram obter<br />
tão gran<strong>de</strong> auctori<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Sensim e1 sitte sensu! pois não havia aqui alguma cousa <strong>de</strong><br />
melhor, <strong>de</strong> superior, que se impunha? não era outra u disciplina<br />
oriun<strong>da</strong> <strong>da</strong> tradição apostolica? então porque é que se fazem essas<br />
<strong>de</strong>cretaes? A um puro effeito <strong>da</strong>s circumstancias, uma pura negli-<br />
gencia? e para que v&m agora os seus escriptores dizes-nos qiie