28.08.2013 Views

Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A egreja catholica é visivel ; tem uma estriictura palpavel, con-<br />

cretisa<strong>da</strong> ; tem um governo externo, iimu hicrarcliia miiltipln cm sctis<br />

gráus, e, por conseguinte, uma divivao tcrritorial e jiirisdicçioriiil.<br />

A mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> Area d'esta dioccsc, a aboliçáo d'aqii(~llii, ii scparaçao<br />

<strong>da</strong> parcclla <strong>de</strong> uma ou <strong>de</strong> mais, para a crecc;io <strong>de</strong> urna<br />

nova, nào é uma cousa que se passe nos ares, nos ~)laiic~las <strong>do</strong><br />

espaço, que não sào o nosso.<br />

O esta<strong>do</strong> pó<strong>de</strong> scr interessa<strong>do</strong>.<br />

Alcm d'isso, a egreja, que tem sacer<strong>do</strong>tes, n8o Ihes ha <strong>de</strong> <strong>da</strong>r<br />

por certo para siistcnlaç30 o extase como o <strong>de</strong> Sancta Cecilia, ou<br />

o triste passadio <strong>do</strong>s cenobitas no <strong>de</strong>serto; ou ficar-se esperan<strong>do</strong><br />

que <strong>de</strong>sça <strong>do</strong>s ares o corvo cari<strong>do</strong>so, ou o mannh provi<strong>de</strong>ncial <strong>do</strong>s<br />

israelitas.<br />

A egreja nasceu <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>res e homens pohrissimos; e o Cliristo<br />

dizia, a quem o queria seguir, que ven<strong>de</strong>sse o que possuissc.<br />

Pouco Ihes bastava. Habentes victum et tegumenium his couicnti<br />

sumus, diziam elles.<br />

Os canoiies mais puros <strong>de</strong> sua disciplina prohibem aos clerigos<br />

o exercicio <strong>do</strong>s offic.ios mun<strong>da</strong>nos e <strong>de</strong> logares na republica.<br />

Felizes tempos estes em que as riquezas <strong>do</strong> clero eram o patri-<br />

moriio <strong>do</strong>s pobres, <strong>da</strong>s viuvas e <strong>do</strong>s con<strong>de</strong>mria<strong>do</strong>s!<br />

Não assistiu comtu<strong>do</strong> por muito tempo o mun<strong>do</strong> a este especta-<br />

culo grandioso <strong>da</strong> cari<strong>da</strong><strong>de</strong> christã.<br />

O christianismo foi essencialmente uma revoluçâo espiritua-<br />

lista.<br />

Ás dissoluções sem nome <strong>do</strong> Imperio, ao materialismo abjecto<br />

<strong>da</strong>s socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s pagãs foi mister oppor este <strong>de</strong>sprendimento abso-<br />

luto <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> o que era mun<strong>da</strong>no, porque no mun<strong>do</strong> na<strong>da</strong> havia a<br />

aproveitar.<br />

A cobiça, esta pobreza i<strong>de</strong>al; á luxuria, esta' continencia gran-<br />

<strong>de</strong>mente meritoria, leva<strong>da</strong> ao excesso pelo gran<strong>de</strong> Origenes e seus<br />

imita<strong>do</strong>res; ao orgulho, esta humil<strong>da</strong><strong>de</strong> sem exemplo <strong>do</strong> chrisfio;<br />

aos odios, a paz e o amor, que são o relevo mais avulta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

christianismo primitivo ; e finalmente, ao rebaixamento <strong>do</strong> espirite,<br />

esta elevaçáo sublime <strong>da</strong> alma até aos p6s <strong>de</strong> Deiis.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!