Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Ninguem ousava transtornar estas cousas, em que os apostolos<br />
tinham posto as màos por inspiração <strong>de</strong> Deus ; as egrejas permaneciam<br />
sobre si, e eram a norma <strong>da</strong>s novas parochias, que com o<br />
espalhar <strong>da</strong> <strong>do</strong>utrina cvangelica se faziam necessarias e se iam<br />
creari<strong>do</strong>.<br />
NBo cram estas, porcm, muitas nos primeiros tempos.<br />
Scguri<strong>do</strong> se re <strong>de</strong> S. Clcmcnte em sua primeira cpistola aos<br />
corinthios, os apostolos tinham dcixa<strong>do</strong> bispos em grcinios <strong>de</strong> fieis<br />
mrii poiico iiumcrosos, pcrisan<strong>do</strong> no scu augmento futuro ; e foi<br />
preciso que cliegassc o mea<strong>do</strong> <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> scculo, ])oriro mais ou<br />
niCiIos, 1)ilra que, como quc trarisbor<strong>da</strong>ri<strong>do</strong>, as parochias tivesseiri<br />
<strong>de</strong> separar <strong>de</strong> si algumas christari<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
Como era Dcus que nas assemblcias <strong>do</strong> poro e <strong>do</strong> clero os inspirava<br />
na escolha <strong>do</strong>s bispos, como escreveram os padrta c se acreditava<br />
entao, ningiiem ousava intervir no governo dc rim rebanho<br />
para o quíil o cspirito saricto apontara ccrto pastor.<br />
Que po<strong>de</strong>ria significar o filcto <strong>de</strong> abnntio~iar rima diocesc para<br />
ir para outra? ambiqão? receio <strong>de</strong> perigo, íiinor tla vi<strong>da</strong>? e era<br />
isto a <strong>do</strong>utrina cliristà? eram estes os cxtbniplos <strong>do</strong> E\.iiiipeili~ c as<br />
tradicçòes <strong>do</strong>s apostolos ?<br />
Não seria isto bastarite para dcclarar a indigni<strong>da</strong><strong>de</strong> c justificar<br />
a <strong>de</strong>posiç%o <strong>de</strong> um clerigo, bispo, sacer<strong>do</strong>te ou diacono?<br />
Tacs foram as razòcs d'aquelles cariones ; tal a origem, em mcu<br />
mo<strong>do</strong> dc ver, d'esta divisa0 ccclesiastica tão bem <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> e marca<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o principio.<br />
Scja ca<strong>da</strong> um pastor <strong>de</strong> seu rebanho proprio, porque essc rebanho<br />
conhece, c conhecia ja antes, o seu pastor; porque Deus 111'0<br />
<strong>de</strong>u (Spirztus Sariclus vos postcit); porque o episcopa<strong>do</strong> 6 unico,<br />
e aqui, ou alem, em Roma, ou Carthago, tanto é bispo <strong>do</strong> christianismo<br />
Clementc <strong>de</strong> Alexandria, como Ignacio dc Antiochia.<br />
A respeito <strong>do</strong>s metropolitas, <strong>de</strong> que cvidcritemcnte fala, ain<strong>da</strong><br />
que os nBo charne assim, o cari. xxsv, e a que tambem se referem<br />
as cartas <strong>de</strong> S. Cypriano, cscriptas, pcla segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
seculo terceiro ; não nos <strong>de</strong>ve admirar o seu apparecimcnto tào ce<strong>do</strong>.<br />
O imperio, apesar <strong>de</strong> se approximar <strong>do</strong> occidcrite <strong>de</strong> sua gloria,<br />
e ain<strong>da</strong> um gran<strong>de</strong> faclio, cheio <strong>de</strong> luz e <strong>de</strong> teritaçoes; tem ain<strong>da</strong><br />
um gran<strong>de</strong> podcr <strong>de</strong> attracção e <strong>de</strong> assirnila~80, como to<strong>da</strong>s as<br />
instituições collossaes que com os seculos ganham não sei que<br />
imponentes <strong>direitos</strong> sobre o mun<strong>do</strong>.