28.08.2013 Views

Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Egreja lusitana ! que gran<strong>de</strong> nome ! que gran<strong>de</strong>s recor<strong>da</strong>çóes se<br />

niio pren<strong>de</strong>m 8 idCa que nos traz h mente !<br />

Estas duas palavras, como outras <strong>da</strong> nossa chronica, soam-nos<br />

<strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> ao mesmo tempo sau<strong>do</strong>so e cheio <strong>de</strong> altas e graves<br />

lembranças.<br />

E, comtu<strong>do</strong>, se nos <strong>de</strong>ixarmos ficar a contemplar esta idba, a<br />

medital-a, ella comela por nos apparecer conf~isa, in<strong>de</strong>cisa, vaga,<br />

e acaba por se esvair insensivelmente, e n6s acor<strong>da</strong>mos d'este so-<br />

nho, a perguntar:<br />

'<br />

-O que 6 a egreja lusitana ?<br />

- Houve uma egreja lusitana ? - Ha uma egrcja portugueza ?<br />

-Será isto um phantasma? ser8 um anachronismo, uma mo-<br />

nomania historica, uma paixáo <strong>de</strong> lusitanismo?<br />

E quem sabe ? talvez tima <strong>de</strong>sobedicncia con<strong>de</strong>mnavel, um schis-<br />

ma ? uma negaçào atrevi<strong>da</strong> <strong>do</strong> catholicismo ?<br />

Taes siio as graves e curiosas questòes que se nos apresentam.<br />

Ningucm cui<strong>do</strong>u ain<strong>da</strong> em propol-as, e menos em resolvcl-as.<br />

Muito pouco se tem cscripto sobre a historia <strong>da</strong> nossa egreja e<br />

aquelles que o tem feito, <strong>de</strong>ixam levar-se <strong>da</strong> corrente geral 1.<br />

1 A historia <strong>da</strong> egreja portupueza foi pela primeira vez estudn<strong>da</strong> e exposta<br />

por D. Thomaz <strong>da</strong> k;ncariiação, conego regrante tlo real mosteiro <strong>de</strong> Sa~icta<br />

Cruz, e <strong>de</strong>pois Bispo <strong>de</strong> Pernambuco. Irititiila-se a obra-Hietoria Eccleeiae<br />

Lusitanae per singula saeczila ab Evangrlio promulgato, em quatro tomos,<br />

comprehcndcri<strong>do</strong> rlesdc o primeiro seciilo até o dccimo quarto iiiclasi\ E PIIblicou-se<br />

o ultiino volume pelo começo <strong>da</strong> seguiitla meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> seculo xvrrr.<br />

No tempo <strong>de</strong> I) Joâo v apparece pela piimeiia \cz a idPa <strong>de</strong> chegar a<br />

traqar-se o plalio <strong>de</strong> uma historia geral <strong>da</strong> egrejn portiigiieza.<br />

I). Mai~uel Caetano <strong>de</strong> Sousa, clerigo regular, tinha toiina<strong>do</strong> havia muito<br />

tempo o pro.jecto <strong>de</strong> escrever a historia ecclesiaeticn <strong>de</strong> l'ortiigal, que intitulava<br />

- f'antheon Anti8tilum I;unifanorirm, sive I,z~sitntiia Sacra, hoc est,<br />

chroiiicon uironrm qui in Lusitania uummo jure prnefuer~.<br />

('o1110 este nosso sabio privasse com o rei, uma vez Ilie coininunicou o seu<br />

plaiio e lhe dissc como tinha começa<strong>do</strong> os trabalhos no recolliirnento <strong>da</strong> sua<br />

cella. O rei, o nmso uer<strong>da</strong><strong>de</strong>iro Augusto e melhor que Tito as <strong>de</strong>licias <strong>de</strong> seua<br />

vussallos, protector caloroso <strong>da</strong>s lettras, approvou muito a idba e lhe pediu<br />

que não <strong>de</strong>sariimasse. D. Manuel Caetano ds Sousa quiz entÃo um cornpanhciro<br />

para aquellas fadigosas li<strong>da</strong>s, o qual não só soubrs~c c escrevesse O<br />

latim com to<strong>da</strong> a pureza, mas que tambem fosse <strong>do</strong>cil revisgo e censura;<br />

ao mesmo tempo indicava para censores os rnarquezee <strong>de</strong> Alegrete e Fronteira<br />

e Antonio Pires <strong>da</strong> Costa. Era isto pelo mez dc r~orer~ibro <strong>de</strong> 1720.<br />

El-rei, to<strong>da</strong>via, <strong>de</strong>sejava uma hietoria completa <strong>de</strong> Portugal em Intim e<br />

portiiguez, secular e ecclesiastica, sen<strong>do</strong> a ecclesiastica tract~i<strong>da</strong> em primeiro<br />

logar e chaman<strong>do</strong>-se Lusitania Smra.<br />

Ein 4 <strong>do</strong> mesmo mez pediu D. Jogo v a D. Manuel Caetano <strong>de</strong> %usa que<br />

Ilie fizesse uin plano para levar a efieito a sua vonta<strong>de</strong>, e a 7 <strong>do</strong> mesiiio mez

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!