Dos direitos da igreja e do Estado - Faculdade de Direito da ...
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<strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>? e que a raça germanica é espontaneamente <strong>de</strong>fensora<br />
<strong>da</strong> consciencia individual e <strong>do</strong>s <strong>direitos</strong> pessoaes?<br />
Seja qual fSr a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira causa d'este interessante phenomeno,<br />
o que 6 certo é que Portugal foi involvi<strong>do</strong> no turbilháo <strong>da</strong> corrente,<br />
que rugia ao sul <strong>da</strong>s terras europeas, e que, como to<strong>da</strong>s as na-<br />
çõcs que tiveram a infelici<strong>da</strong><strong>de</strong> ou fatali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serem leva<strong>da</strong>s no<br />
seu vortice, permaneceu em scnsivel atrazo material e moral ate<br />
mui tar<strong>de</strong> na successão <strong>do</strong>s tempos.<br />
A revolução <strong>do</strong> nortc comeqou por atacar o principio theocratico,<br />
e moveu <strong>de</strong>pois a guerra ao principio monarchico em to<strong>da</strong>s as suas<br />
manifestações. As duas monarchias, theocratica e temporal, viram-se<br />
assim obriga<strong>da</strong>s a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se junctas, como em prol dc causa<br />
commum. Mas isto n3o podia ser, porque a monarchia theocratica<br />
aspirava ao catholicismo rcligioso c profano, e a divisão lavrou, como<br />
era fatal, entre os íiois campos habita<strong>do</strong>4 pelas raças latinas. .<br />
Qual foi o resulta<strong>do</strong>? A egreja tinha dcs<strong>de</strong> muito uma theoria<br />
e um organismo completo para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a sua posição, to<strong>do</strong> um<br />
systema <strong>de</strong> estrategia, cujos planos começóra a traçar o celebre<br />
Gregorio VII; mas a monarcliia, não ; e agora, srpara<strong>do</strong> <strong>da</strong> cgrcja,<br />
ten<strong>do</strong> <strong>de</strong> vencer a revoluçào politica <strong>do</strong> seculo aviir e <strong>de</strong> rechas-<br />
sar a reacção religiosa, que renasce sempre como aqiielle monstro<br />
mythologico, que I? porventura o symbolo <strong>de</strong> algum acontecimento<br />
perdi<strong>do</strong> no tempo e similhante a estc, o monarchia teve <strong>de</strong> archi-<br />
tectar uma theoria sua.<br />
Foram as theorias <strong>do</strong> Summo Imperio-as theoriae ridiculas<br />
<strong>do</strong> <strong>Direito</strong> Divino.<br />
Tal foi a pobreza scicntifica d'esta raça, que ella teve <strong>de</strong> ir co-<br />
lher d'entre as ossa<strong>da</strong>s e d'entre as podridões <strong>do</strong> velho imperio<br />
as bases <strong>de</strong> alguma cousa, que, á guisa <strong>de</strong> systema scientifico, se<br />
po<strong>de</strong>sse oppbr a seus inimigos <strong>de</strong>baixo <strong>do</strong> esplen<strong>do</strong>r vivo <strong>do</strong>s raios<br />
<strong>da</strong> philosophia. '<br />
Luiz xiv, cu.jo seculo, cheio <strong>de</strong> brilhantismo fascina<strong>do</strong>r, offus-<br />
cára mais <strong>de</strong> um povo, representou um gran<strong>de</strong> papel 'nesta crea-<br />
ção <strong>de</strong> uma theoria ficticia e pe<strong>da</strong>ntesca, a par <strong>da</strong> qual vinham o<br />
luxo e dissoluç'io <strong>da</strong>s cdrtes reaes e o abuso pesa<strong>do</strong> <strong>do</strong> arbitrio,<br />
<strong>da</strong> vonta<strong>de</strong> suprema, T e tantos irinocentrs sacrificou muitas vczes<br />
ás intrigas mais insignificantes e mesquinhas.<br />
Eritre nós, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> direito romono se generali-<br />
sou, e foram apparecen<strong>do</strong> nas leis e iin jurispru<strong>de</strong>ncia as novas