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Fundamentos, princípios e objetivos de uma política de ... - Uece

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Como mostra a história do século XX e as ativida<strong>de</strong>s do terrorismo<br />

fanático do início do século XXI, a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> instaurar a salvação na<br />

terra termina instalando o inferno. Não seria necessário cair <strong>uma</strong> vez<br />

mais no sonho da salvação terrestre. Querer um mundo melhor,<br />

nossa finalida<strong>de</strong> principal, não é querer o melhor dos mundos<br />

(MORIN, 2007, p.109- 110).<br />

Essa <strong>de</strong>scrença significa acomodar-se com as injustiças e<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um sistema. Significa aceitar a impotência dos trabalhadores<br />

que sofrem com todo tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e que nada mais é possível fazer.<br />

Não po<strong>de</strong>mos compactuar com esse absurdo da inativida<strong>de</strong> e passivida<strong>de</strong><br />

diante <strong>de</strong> um mundo que está aí, que foi construído pelas mulheres e homens<br />

nas suas relações sociais e por isso po<strong>de</strong>m também ser transformadas.<br />

Enten<strong>de</strong>-se que o <strong>de</strong>senvolvimento econômico dos países centrais<br />

tem <strong>uma</strong> longa história que adveio <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sigual, relegando<br />

aos países periféricos o ônus por um padrão que permitiu que a classe<br />

dominante, sob a pressão dos sindicatos, pu<strong>de</strong>sse fornecer melhores salários e<br />

benefícios aos seus trabalhadores, que mais conscientes, impuseram suas<br />

<strong>de</strong>mandas. Hoje, apesar <strong>de</strong> esses países concentrarem alta tecnologia e<br />

capital, encontram-se também com altos índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, colaborando<br />

para o exacerbamento da ―exclusão‖.<br />

Dito isso, é simplório o discurso <strong>de</strong> que, com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

econômico, mais empregos serão produzidos, levando-nos a crer existir um<br />

país on<strong>de</strong> tudo é ―cor <strong>de</strong> rosa‖, porque há mais educação, mais participação,<br />

mais cidadania. Também é simplório negar que a educação, a qualificação<br />

não potencializem as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> o indivíduo galgar espaços no tecido<br />

social, mas difundir que o problema é falta <strong>de</strong> qualificação e <strong>de</strong> educação é<br />

escamotear <strong>uma</strong> exclusão que a cada momento cresce atingindo a população<br />

em escala planetária, principalmente quando o capital está concentrado em<br />

poucas corporações internacionais que chegam a não ter pátria, fragilizando o<br />

papel do Estado-nação.<br />

Nesse contexto, o Brasil vem <strong>de</strong>senvolvendo programas e projetos<br />

visando qualificar os trabalhadores e seus filhos para esse novo mundo do

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