Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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profundamente da concepção <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> inteligência<br />
<strong>de</strong>senvolvida pela sociologia e economia norte-americana nos anos<br />
1950 e 1970 e <strong>de</strong> outras visões utópicas <strong>de</strong> trabalho emancipado sob<br />
o capitalismo (I<strong>de</strong>m, p.41- 42)<br />
Parece que, no âmbito do mercado, a tendência que toma vulto é a<br />
existência <strong>de</strong> transações reguladas pelo conhecimento h<strong>uma</strong>no materializado<br />
em sofisticadas tecnologias que darão movimento à produção capitalista, com<br />
o mínimo <strong>de</strong> trabalhadores. ―O po<strong>de</strong>r da força muscular, o po<strong>de</strong>r da máquina e<br />
até o po<strong>de</strong>r da eletricida<strong>de</strong> estão sendo constantemente substituídos pelo<br />
po<strong>de</strong>r do cérebro (...) a inteligência tomou o lugar da matéria e da energia‖ 17<br />
(STEWART, 1998, p. XVII), fato esse <strong>de</strong>smascarado por Rosso.<br />
<strong>de</strong>bate:<br />
Netto e Braz (2006) vêm contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sse<br />
Em primeiro lugar, há que se consi<strong>de</strong>rar o próprio enriquecimento do<br />
ser social. Quanto mais as suas objetivações se diversificam e se<br />
tornam mais <strong>de</strong>nsas, a sua incorporação pelos homens singulares<br />
requer mais empenho, mais esforço e mais tempo. Ou seja: quanto<br />
mais rica em suas objetivações é <strong>uma</strong> socieda<strong>de</strong>, maiores são as<br />
exigências para a socialização dos seus membros. Em segundo<br />
lugar, dado que o <strong>de</strong>senvolvimento histórico se efetivou até hoje<br />
especialmente em socieda<strong>de</strong>s marcadas pela alienação (isto é, em<br />
socieda<strong>de</strong>s fundadas na divisão social do trabalho e na proprieda<strong>de</strong><br />
privada dos meios <strong>de</strong> produção fundamentais, com a exploração do<br />
homem pelo homem), a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorporar as objetivações<br />
do ser social sempre foi posta <strong>de</strong>sigualmente para os homens<br />
singulares. Ou seja: até hoje, o <strong>de</strong>senvolvimento do ser social jamais<br />
se expressou como o igual <strong>de</strong>senvolvimento da h<strong>uma</strong>nização <strong>de</strong><br />
todos os homens; ao contrario: até nossos dias, o preço do<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do ser social tem sido <strong>uma</strong> h<strong>uma</strong>nização<br />
extremante <strong>de</strong>sigual (NETTO; BRAZ, 2006, p. 46, grifo dos autores).<br />
Pelos teóricos do capital, a automação, a robótica e a<br />
microeletrônica substituirão progressivamente os trabalhadores.<br />
Desnecessários, <strong>de</strong>scartados, o que resta fazer? Os que permanecem na<br />
produção (chão da fábrica) <strong>de</strong>veriam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já absorver os conhecimentos<br />
imprescindíveis para terem as mesmas oportunida<strong>de</strong>s educativas daqueles<br />
trabalhadores mais abastados economicamente e que dominam o capital<br />
intelectual, condição necessária para competir. Porém o que se observa é<br />
justamente o contrário. É disso que nos advertem Antunes (2002) e Frigotto<br />
17 Duarte (2006) salienta que o saber objetivo é ―perpassado, na socieda<strong>de</strong> capitalista, pela contradição<br />
entre a socialização do trabalho e a apropriação privada dos meios <strong>de</strong> produção, contradição essa que só<br />
po<strong>de</strong> ser superada com a superação do capitalismo (p. 44).