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Fundamentos, princípios e objetivos de uma política de ... - Uece

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realida<strong>de</strong>, <strong>uma</strong> vez que ―os acontecimentos contemporâneos diferem dos<br />

históricos porque <strong>de</strong>sconhecemos os resultados que irão produzir‖ (HAYEK,<br />

1990, p. 31), ou seja, estamos con<strong>de</strong>nados a não transformar a socieda<strong>de</strong>, e<br />

sermos levados n<strong>uma</strong> correnteza e no futuro, os homens e mulheres <strong>de</strong> lá irão<br />

ter condições <strong>de</strong> avaliar o nosso momento histórico. Como mudar, se estamos<br />

sempre atrasados? Mas a retórica é justamente para mostrar que não po<strong>de</strong>mos<br />

fazer nada, pois não temos o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mudar a realida<strong>de</strong> social.<br />

Criticando o socialismo, Hayek assevera mudanças nas i<strong>de</strong>ias que<br />

acabaram produzindo modificações na trajetória que se vinha seguindo:<br />

Passou-se acreditar cada vez mais que não se po<strong>de</strong>ria esperar maior<br />

progresso <strong>de</strong>ntro das velhas diretrizes e da estrutura geral que<br />

permitira avanços anteriores, mas apenas mediante <strong>uma</strong> completa<br />

reestruturação da socieda<strong>de</strong>. Já não se tratava <strong>de</strong> ampliar ou<br />

melhorar o mecanismo existente, mas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scartá-lo e substituí-lo<br />

por outro. E à medida que as esperanças da nova geração se<br />

voltavam para algo inteiramente novo, a compreensão e o interesse<br />

pelo funcionamento da socieda<strong>de</strong> existente sofreram brusco <strong>de</strong>clínio.<br />

Com esse <strong>de</strong>clínio, <strong>de</strong>clinou também a nossa consciência <strong>de</strong> tudo o<br />

que <strong>de</strong>pendia da existência do sistema liberal (HAYEK, 1990, p. 44 -<br />

45).<br />

Esse pensamento parte da perspectiva <strong>de</strong> que os homens e as<br />

mulheres <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m acreditar em <strong>de</strong>terminadas i<strong>de</strong>ias e passam a aplicá-las.<br />

Aqui o autor ignora a existência <strong>de</strong> condições objetivas que geram o palco para<br />

que as i<strong>de</strong>ias surjam, e, como diria Marx, num processo dialético. Já o sistema<br />

liberal, para Hayek, não é fruto <strong>de</strong> pseudoi<strong>de</strong>ias, mas emerge da evolução, dos<br />

ancestrais. Só que esse pensador ―<strong>de</strong>sconhece‖ que aquilo que está nos<br />

registros, na história, nas tradições reflete a dinâmica das relações sociais,<br />

econômicas, culturais, políticas sociais <strong>de</strong> cada contexto e não é fruto apenas<br />

das i<strong>de</strong>ias.<br />

Retomando o quadro teórico <strong>de</strong> Durkheim (1999), a socieda<strong>de</strong> é<br />

comparada a um ser vivo, um sistema <strong>de</strong> órgãos diferentes no qual cada um<br />

tem um papel, <strong>uma</strong> função específica. Para o autor, a socieda<strong>de</strong> é vista como<br />

um organismo on<strong>de</strong> o consenso entre as partes comporta <strong>uma</strong> solidarieda<strong>de</strong><br />

necessária para o bom funcionamento do todo social.

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