Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
115<br />
saber do trabalhador, negando as relações oriundas da divisão social<br />
e técnica do trabalho através da reunificação entre teoria e prática.<br />
Como isto será possível em <strong>uma</strong> escola que é a própria expressão do<br />
trabalho dividido, é a gran<strong>de</strong> questão (KUENZER, 1988, p. 105- 6).<br />
Colocar como um dos princípios do PNQ o trabalho como princípio<br />
educativo <strong>de</strong>monstra o quanto os conceitos são esvaziados do seu significado<br />
e introduzidos na política governamental para dar <strong>uma</strong> suposta visão <strong>de</strong> que<br />
seus gestores estão comungados com <strong>uma</strong> proposta <strong>de</strong> emancipação h<strong>uma</strong>na.<br />
Quando ocorre a separação entre formação para o trabalho e<br />
formação propedêutica, os pobres, como precisam trabalhar, encerram sua<br />
vida escolar mais cedo e, por isso, lhes são <strong>de</strong>stinados os cursos iniciais (para<br />
os excluídos dos excluídos do cadastro único) e técnicos (para os excluídos),<br />
aligeirados e voltados para o mercado <strong>de</strong> trabalho, percebe-se que há <strong>uma</strong><br />
dissonância entre os que proclamam os teóricos da socieda<strong>de</strong> do<br />
conhecimento e o que é oferecido pelas instâncias governamentais para a<br />
população <strong>de</strong>sfavorecida socioeconomicamente. Os cursos profissionalizantes<br />
direcionados para esse público não conseguirão integrá-los na socieda<strong>de</strong> do<br />
conhecimento, pois não dão acesso ao saber científico e tecnológico que tanto<br />
insistem os seus teóricos.<br />
Goes e Carvalho (2010) em artigo sobre a formação/qualificação<br />
profissional da juventu<strong>de</strong> trabalhadora no contexto do <strong>de</strong>semprego estrutural,<br />
enfatizam o quanto o discurso contra a universida<strong>de</strong> e a favor dos cursos<br />
iniciais <strong>de</strong> curta duração, os cursos <strong>de</strong> aprendizagem e os técnicos <strong>de</strong> ensino<br />
médio, estão na or<strong>de</strong>m do dia, inclusive nos países como os EUA. Nas suas<br />
palavras:<br />
[...] o noticiário do dia 18 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2010, no New York Times<br />
intitulado Plano B: esqueça a faculda<strong>de</strong>. A notícia divulga alg<strong>uma</strong>s<br />
recomendações mais recentes da aca<strong>de</strong>mia norte-americana para a<br />
qual seria necessário ―...<strong>de</strong>senvolver alternativas para alunos que não<br />
serão bem-sucedidos em um curso <strong>de</strong> graduação‖. Acadêmicos da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ohio, da Universida<strong>de</strong> Americana e da Universida<strong>de</strong><br />
Northwestern, Richard Ved<strong>de</strong>r, Robert Lerman, James Rosenbaum e<br />
Charles Murray estariam <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> orientar<br />
alguns estudantes para cursos intensivos <strong>de</strong> curta duração e<br />
treinamento profissional, por meio da expansão <strong>de</strong> cursos técnicos <strong>de</strong><br />
ensino médio e programas para formar aprendizes. A recomendação<br />
seria justificada haja vista a ausência <strong>de</strong> mercado para absorção <strong>de</strong><br />
profissionais com cursos superiores. Ainda <strong>de</strong> acordo com o Jornal, o<br />
Prof. Richard Ved<strong>de</strong>r, teria enfatizado que alguns <strong>de</strong>sses alunos