Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
68<br />
Minarelli (1995) chega a afirmar que a maioria <strong>de</strong>legou aos<br />
empregadores o seu aprimoramento profissional, mas é o próprio trabalhador<br />
que <strong>de</strong>ve construir bases próprias para seu <strong>de</strong>senvolvimento profissional. Para<br />
ele, ―o emprego é do empregador‖. Com isso nos brinda como um ditado<br />
acerca dos trabalhadores: ―são como aves nascidas livres e criadas em<br />
cativeiro que, diante da gaiola aberta e da imensidão do espaço à frente, não<br />
sabem como alçar vôo‖ (MINARELLI, 1995, p. 22). E <strong>de</strong>ntro da cartilha a ser<br />
seguida apresenta <strong>de</strong>terminados passos para adquirir empregabilida<strong>de</strong> quais<br />
sejam: 1) cuidar da própria carreira; 2) a segurança profissional <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos<br />
conhecimentos, das habilida<strong>de</strong>s intelectuais e operativas <strong>de</strong> cada um; 3)<br />
trabalho existe on<strong>de</strong> existem problemas para serem resolvidos, resolva-os; 4) o<br />
autoempresariamento po<strong>de</strong> ser <strong>uma</strong> possibilida<strong>de</strong>; 5) seja empreen<strong>de</strong>dor.<br />
Novamente o empreen<strong>de</strong>dor é enaltecido como salvador da pátria,<br />
pois tem todas as características necessárias para ven<strong>de</strong>r sua força <strong>de</strong><br />
trabalho, sem sofrer as intempéries dos reles mortais <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong>ssas<br />
características, <strong>de</strong>vido a não terem investido na sua formação ou não terem<br />
<strong>de</strong>senvolvido <strong>uma</strong> cultura que estimule o empreen<strong>de</strong>dorismo, tendo em vista<br />
que<br />
A vida toda fomos preparados, seja pela família, seja por escolas e<br />
organizações, para cultivar o emprego por um tempo prolongado<br />
como um bem social. Talhados para ver o emprego como única fonte<br />
<strong>de</strong> trabalho e rendimento (MINARELLI, 1995, p. 19).<br />
E o que esse discurso tem a ver com a qualificação profissional<br />
focalizada no empreen<strong>de</strong>dorismo? Os conceitos como empreen<strong>de</strong>dorismo,<br />
empregabilida<strong>de</strong>, competência, polivalência se entrecruzam n<strong>uma</strong> mesma<br />
lógica: centrar no indivíduo a responsabilida<strong>de</strong> da sua situação frente às<br />
questões referentes ao trabalho n<strong>uma</strong> perspectiva atomista da socieda<strong>de</strong>. As<br />
questões macroeconômicas e estruturais da socieda<strong>de</strong> capitalista são<br />
irrelevantes, pois a ênfase é no indivíduo capaz ou não <strong>de</strong> mudar sua realida<strong>de</strong><br />
pessoal e social.<br />
Para aprofundarmos essa discussão, resgataremos o pensamento<br />
i<strong>de</strong>ológico dos <strong>de</strong>fensores do neoliberalismo que integram a escola mais<br />
conservadora como Hayek e Milton Friedman, que, nas reuniões da Socieda<strong>de</strong>