Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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eram <strong>de</strong> fato priorida<strong>de</strong>s muito baixas‖ (KOCH e GODDEN, 2000, p. 28). Agora<br />
tudo estaria mudando.<br />
Os <strong>de</strong>fensores do capitalismo criam diferentes teorias para justificar<br />
o <strong>de</strong>semprego dos altamente qualificados. Desta forma, na ―socieda<strong>de</strong> do<br />
conhecimento‖, até aqueles que <strong>de</strong>têm o conhecimento estão sendo excluídos<br />
das organizações, <strong>de</strong>vido ao alto custo <strong>de</strong> suas remunerações. Segundo os<br />
mesmos autores, empresas como a CNN e a Microsoft inovaram quando<br />
gerenciam sem gerência, utilizando da polivalência, com menos funcionários.<br />
No caso da CNN, ―a cultura da velocida<strong>de</strong> vive nela. Seu pessoal está sempre<br />
impaciente, sempre apressado e sempre fazendo e <strong>de</strong>cidindo no ato‖ (i<strong>de</strong>m,<br />
p.48). Apesar do discurso contra a gerência, o que está em jogo é aumento <strong>de</strong><br />
lucros com <strong>de</strong>semprego e concentração <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s nos que permanecem<br />
empregados, promovendo estresse, ansieda<strong>de</strong>s, aumentando o índice <strong>de</strong><br />
pessoas com <strong>de</strong>pressão, <strong>de</strong>ntre outros sintomas.<br />
Mészáros (2009) traz para o <strong>de</strong>bate <strong>uma</strong> visão crítica <strong>de</strong>stes<br />
postulados. N<strong>uma</strong> perspectiva marxista, afirma que o capitalismo vivencia <strong>uma</strong><br />
crise estrutural e não conjuntural, ou seja, ―a crise‖ é na base econômica da<br />
socieda<strong>de</strong> capitalista; aí resi<strong>de</strong>m as causas <strong>de</strong> tanto <strong>de</strong>semprego. O problema<br />
se agrava, pois a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir emprego atinge os trabalhadores<br />
qualificados, piorando a situação dos não-qualificados que disputam os<br />
escassos empregos disponíveis. Nas suas palavras:<br />
O problema não mais se restringe à difícil situação dos trabalhadores<br />
não-qualificados, mas atinge também um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />
trabalhadores altamente qualificados, que agora disputam, somandose<br />
ao estoque anterior <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados, os escassos – e cada vez<br />
mais raros – empregos disponíveis. Da mesma forma, a tendência da<br />
amputação ‗racionalizadora‘ não está mais limitada aos ‗ramos<br />
periféricos <strong>de</strong> <strong>uma</strong> indústria obsoleta‘, mas abarca alguns dos mais<br />
<strong>de</strong>senvolvidos e mo<strong>de</strong>rnizados setores da produção – da indústria<br />
naval e aeronáutica à eletrônica, e da indústria mecânica à tecnologia<br />
espacial. [...] quem sofre as conseqüências <strong>de</strong>ssa situação não é<br />
mais a multidão socialmente impotente, apática e fragmentada das<br />
pessoas ‗<strong>de</strong>sprivilegiadas, mas todas as categorias <strong>de</strong> trabalhadores<br />
qualificados e não-qualificados: ou seja, obviamente, a totalida<strong>de</strong> da<br />
força <strong>de</strong> trabalho da socieda<strong>de</strong> (MÉSZÁROS, 2009, p. 69, grifos do<br />
autor).