Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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microempresas enquadradas como Microempreen<strong>de</strong>dor Individual, Autônomo<br />
ou Socieda<strong>de</strong> Empresária, além <strong>de</strong> fornecerem o acompanhamento. Tem<br />
como requisito para o fornecimento do crédito: ser maior <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, ter ou iniciar<br />
<strong>uma</strong> ativida<strong>de</strong> comercial, reunir um grupo <strong>de</strong> amigos empreen<strong>de</strong>dores que<br />
confiem uns nos outros, grupo esse que fornece um ―aval solidário‖ que<br />
garantirá o pagamento das prestações. Para o fornecimento do crédito, no<br />
grupo <strong>de</strong>vem existir pessoas que já realizem algum tipo <strong>de</strong> negócio, essas irão<br />
dar subsídios aos outros iniciantes, em função da sua experiência.<br />
Segundo Santiago:<br />
[...] suspeito <strong>de</strong> que o composto microcrédito/empreen<strong>de</strong>dorismo,<br />
entendido como estratégia <strong>de</strong> emancipação <strong>de</strong> trabalhadores da<br />
pequena produção, rumo ao status <strong>de</strong> empresário, impacta muito<br />
menos do que os discursos apologéticos anunciam, É provável que<br />
isso seja mais microfinanciamento <strong>de</strong>stinado a pequenos negócios<br />
nos âmbito da sobrevivência e da acumulação simples, que refletem,<br />
em última instancia, a marca da estratégia <strong>de</strong> sobrevivência diante da<br />
crescente dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar emprego formal (SANTIAGO,<br />
2008, p.88).<br />
A exigência <strong>de</strong> um relacionamento próximo, em que todos tenham<br />
afinida<strong>de</strong> e conheçam o caráter <strong>de</strong> cada integrante, como fator <strong>de</strong>terminante<br />
para o fornecimento do empréstimo, constituiu um entrave para os poucos que<br />
a<strong>de</strong>riram à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> montar negócios. Além disso, no grupo, alguns integrantes<br />
precisam ter experiência <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> negócio informal. Isto gerou a<br />
<strong>de</strong>sistência dos jovens em tentar o financiamento, principalmente, porque os<br />
pagamentos das parcelas ficam atrelados ao pagamento <strong>de</strong> cada integrante do<br />
grupo, apesar <strong>de</strong> os negócios serem diferentes. Caso um dos componentes do<br />
grupo caso não pague a parcela, o banco não recebe o pagamento dos outros,<br />
ficando inadimplentes. Ao ser questionado acerca da viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse sistema<br />
<strong>de</strong> financiamento, os técnicos do banco afirmaram o sucesso com retorno dos<br />
investimentos, porém foi-nos informado que, caso o grupo solidário não arque<br />
com as prestações, o funcionário responsável pelo grupo gestado sob<br />
orientação pagará o débito! Com certeza, o banco não terá prejuízos, mas não<br />
significa com isso que os empreendimentos gestados tiveram sucesso.