Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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economicamente ativa vai compor os ocupados, os <strong>de</strong>sempregados, em<br />
<strong>de</strong>semprego aberto, oculto pelo trabalho precário, oculto pelo <strong>de</strong>salento.<br />
Segundo Cattani (1996),<br />
A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados e sua contagem permanecem como<br />
problemas inextrincáveis. As comparações internacionais são<br />
dificultadas não apenas pelas diferenças <strong>de</strong> fontes e <strong>de</strong><br />
metodologias, mas, sobretudo, pela <strong>de</strong>finição política do que constitui<br />
a população ativa. A quase totalida<strong>de</strong> dos estudos <strong>de</strong> economia e <strong>de</strong><br />
sociologia do trabalho é fundamentada no total <strong>de</strong>purado da<br />
população ativa. (...) Ficam excluídos (...), sobretudo, todos aqueles<br />
que, embora necessitados, tenham <strong>de</strong>sistido <strong>de</strong> entrar ou <strong>de</strong><br />
permanecer no mercado <strong>de</strong> trabalho. É o conceito reconhecido pela<br />
OCDE a partir <strong>de</strong> 1993 <strong>de</strong> ―trabalhadores <strong>de</strong>sencorajados‖<br />
(Perspectives <strong>de</strong> I‘ Emploi, 1994). Caso fossem incluídas essas<br />
pessoas, as taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego seriam nitidamente mais altas. (...)<br />
Através <strong>de</strong> mecanismos diversos, particularmente intensos às<br />
vésperas <strong>de</strong> eleições importantes, o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados<br />
aparece como tendo diminuído, pois a política governamental<br />
estimula a realização <strong>de</strong> estágios, <strong>de</strong> cursos complementares, <strong>de</strong><br />
especializações etc., retardando a entrada dos jovens no mercado <strong>de</strong><br />
trabalho (CATANI, 1996, p. 45 - 47).<br />
Eliminam das estatísticas significativas parcelas <strong>de</strong> trabalhadores<br />
que se encontram <strong>de</strong>sempregados. Nas pesquisas recentes, o PED inclui os<br />
<strong>de</strong>salentos, mas somente aqueles que estiveram procurando emprego nos<br />
últimos 12 meses, ficando <strong>de</strong> fora das pesquisas <strong>uma</strong> gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
pessoas que, <strong>de</strong> tanto procurarem emprego, <strong>de</strong>sistiram nos últimos 12 meses<br />
da data da pesquisa nos domicílios.<br />
Os excluídos são excluídos duplamente <strong>de</strong> <strong>uma</strong> população ativa,<br />
que pela <strong>de</strong>scrença, dificulda<strong>de</strong> e apatia, não estão mais pressionando o<br />
sistema público <strong>de</strong> emprego; permanecem às voltas com ―bicos‖ ou sob<br />
proteção da família para suprir suas necessida<strong>de</strong>s básicas e, muitas vezes,<br />
com <strong>uma</strong> autoestima baixa, pois, na socieda<strong>de</strong> da produção e do consumo,<br />
quem não tem trabalho não tem dignida<strong>de</strong>, pois o trabalho constitui re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
relações e espaço <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, como nos <strong>de</strong>monstra o<br />
compositor e cantor Fagner na sua canção ―Guerreiro Menino (Um homem<br />
também chora)‖ na qual num dos refrões se lê: ―um homem se humilha se<br />
castram seus sonhos/Seu sonho é sua vida e a vida é o trabalho/ E sem o seu<br />
trabalho, um homem não tem honra/E sem a sua honra se morre, se mata /não<br />
dá pra ser feliz /não dá pra ser feliz‖.