Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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ter acesso à cultura sob todas as suas formas, para o que é<br />
indispensável <strong>uma</strong> sólida educação básica (I<strong>de</strong>m, p. 37).<br />
De fato, esse pensamento até correspon<strong>de</strong> com o discurso dos<br />
teóricos da socieda<strong>de</strong> do conhecimento. No entanto, a autora <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que<br />
esse conhecimento seja difundido para todos, havendo <strong>uma</strong> íntima relação<br />
entre cultura e produção, e não apenas para <strong>uma</strong> parcela da socieda<strong>de</strong>. Já os<br />
teóricos do capital não estão interessados em lutar por <strong>uma</strong> educação <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> para todos, apesar anunciarem sua relevância. A<strong>de</strong>mais, com um<br />
imenso número <strong>de</strong> pessoas qualificadas <strong>de</strong>sempregadas, eles sabem aon<strong>de</strong><br />
buscar seus parceiros, um público específico, ou seja, aqueles que po<strong>de</strong>m ter<br />
esse conhecimento em função <strong>de</strong> sua condição <strong>de</strong> classe. As organizações, <strong>de</strong><br />
<strong>uma</strong> maneira geral, ainda precisam <strong>de</strong> profissionais para ocuparem cargos, tais<br />
como os <strong>de</strong> auxiliar administrativo, <strong>de</strong> técnico <strong>de</strong> segurança no trabalho, <strong>de</strong><br />
auxiliar <strong>de</strong> enfermagem, <strong>de</strong>ntre outras profissões, e sabem em que classe vão<br />
recrutar esses profissionais que <strong>de</strong>vem ter introjetado o perfil empreen<strong>de</strong>dor e<br />
o paradigma da flexibilida<strong>de</strong>.<br />
Os teóricos da classe dominante não querem prescindir dos<br />
conhecimentos teóricos produzidos pela h<strong>uma</strong>nida<strong>de</strong> que dão condições para<br />
pensar e criar novas tecnologias, conhecimentos para o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
sua produção e da socieda<strong>de</strong>, porém, no contexto <strong>de</strong> re<strong>de</strong>finição das relações<br />
na produção, a pedagogia da competência, quando focaliza em situaçõesproblema<br />
apresentadas pelos alunos, tendo como base suas experiências, não<br />
conseguirá formá-los nem para as <strong>de</strong>mandas do capitalismo, salvo para<br />
aqueles cargos que continuam <strong>de</strong>mandando profissionais com o mínimo <strong>de</strong><br />
conhecimentos.<br />
A classe dominante também não quer prescindir <strong>de</strong> um trabalhador<br />
complacente, maleável, que aceita as novas regras, muitas vezes contrárias<br />
aos interesses do trabalhador. Esse trabalhador <strong>de</strong>ve ser cooperativo,<br />
submisso, que busca sempre apren<strong>de</strong>r, que se doa,comprometendo, inclusive,<br />
seu horário <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso, que sabe resolver problemas, que dá tudo <strong>de</strong> si para<br />
manter-se empregável. A pedagogia das competências parece estar mais