Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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Como ―se verá esta ―fábrica mínima‖ <strong>de</strong>verá necessariamente<br />
também ser <strong>uma</strong> fábrica flexível‖ capaz <strong>de</strong> absorver com um efetivo<br />
reduzido às flutuações quantitativas ou qualitativas da <strong>de</strong>manda.<br />
Ohno assim é conduzido a buscar produtivida<strong>de</strong> não mais no sentido<br />
da gran<strong>de</strong> série mas, ―internamente‖ no sentido da flexibilização do<br />
trabalho, na alocação das operações <strong>de</strong> fabricação. [...] permitindo<br />
fazer emergir à superfície, tornar ―visíveis‖, no sentido próprio do<br />
termo, todos os possíveis ―excessos gordurosos‖, tudo aquilo que na<br />
fábrica po<strong>de</strong> dispensar, tudo aquilo que não é imperativamente<br />
necessário na entrega dos produtos vendidos. ―Administrar com os<br />
olhos‖, diz Ohno, é um dos fundamentos do ―método Toyota‖. O<br />
mestre japonês renova assim <strong>uma</strong> preocupação muito antiga e<br />
tradicional dos mestres fabricantes: po<strong>de</strong>r a qualquer momento e<br />
visualmente exercer um controle direto sobre os empregados<br />
subordinados (1994, p. 34).<br />
Em função <strong>de</strong>sta administração com os olhos, são criados cartazes<br />
luminosos nas linhas <strong>de</strong> produção indicando quando <strong>de</strong>terminadas seções<br />
estão com problemas que repercutirão em toda produção, sendo<br />
imediatamente solucionados. Por isso, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os trabalhadores<br />
terem o conhecimento mínimo para manusear os programas anteriormente<br />
criados pelos que dominam a tecnologia e serem flexíveis o suficiente para<br />
realizar diversas ativida<strong>de</strong>s, sendo administrados ‗com os olhos‘ dos poucos<br />
supervisores 14 que, em contato com o trabalhador, recebem as informações em<br />
tempo recor<strong>de</strong> acerca dos entraves que surgem e mobilizam as soluções a<br />
partir da experiência dos trabalhadores.<br />
A totalida<strong>de</strong> da força <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ntro das indústrias está em<br />
processo <strong>de</strong> diminuição e os que ficam agregam mais afazeres e passam a<br />
―doar‖ seu saber à empresa. Caso não tenham muito a dar, precisam buscar<br />
esse saber nos horários em que a empresa não necessitar mais do<br />
―comprometimento‖ <strong>de</strong>sses trabalhadores, o que po<strong>de</strong>, inclusive, se esten<strong>de</strong>r<br />
para além do horário acordado.<br />
assevera:<br />
Antunes (2002), reportando-se ao toyotismo e ao fordismo,<br />
O toyotismo penetra, mescla-se ou mesmo substitui o padrão fordista<br />
dominante, em várias partes do capitalismo globalizado. Vivem-se<br />
14 Vale ressaltar que o mo<strong>de</strong>lo toyotista se organiza nas chamadas células <strong>de</strong> produção, no dito trabalho<br />
em equipe. As empresas estabelecem metas para as equipes, atrelando o cumprimento <strong>de</strong>stas ao ganho<br />
<strong>de</strong> premiação. Os próprios trabalhadores se fiscalizam entre si. Com efeito, além <strong>de</strong> alavancar a<br />
produção, o capitalista <strong>de</strong>sarticula a classe trabalhadora.