Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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O Estado, cada vez mais, está fazendo parcerias com essas<br />
organizações da socieda<strong>de</strong> civil para execução <strong>de</strong> seus projetos sociais,<br />
exigindo <strong>de</strong>las mesmas contrapartidas que promovem verda<strong>de</strong>iros<br />
malabarismos para arcar com os compromissos assumidos. Criam-se projetos<br />
para infraestrutura, outros para gastos administrativos etc., e a fiscalização<br />
<strong>de</strong>sses recursos <strong>de</strong>ixa a <strong>de</strong>sejar. Os projetos geralmente duram 1 (um) ano,<br />
sendo, antecipadamente, necessário elaborar outro projeto social para<br />
concorrer nas seleções oferecidas pelo governo ou pelas entida<strong>de</strong>s privadas;<br />
caso contrário, todas as ativida<strong>de</strong>s são paralisadas, e, nesse momento, quem<br />
está à frente <strong>de</strong>ssas instituições fica mendigando recursos, e, ao mesmo<br />
tempo, respon<strong>de</strong>ndo com <strong>de</strong>sculpas as <strong>de</strong>mandas não satisfeitas da<br />
comunida<strong>de</strong> sob olhos das instâncias governamentais que, <strong>de</strong>sobrigadas,<br />
acham que contribuíram ao financiar alg<strong>uma</strong>s ações, cabendo a essas<br />
entida<strong>de</strong>s cumprir com sua responsabilida<strong>de</strong> social que tanto <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m.<br />
No que se refere aos trabalhadores <strong>de</strong>stas instituições, na gran<strong>de</strong><br />
maioria, imperam relações <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>sregulamentado, permeadas por<br />
laços <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>, os quais, pelo amor à causa, muitas vezes, trabalham sem<br />
salários, doando o que têm e o que não têm, sentindo-se responsáveis pelo<br />
barco que vive à <strong>de</strong>riva. É nessa áurea da solidarieda<strong>de</strong> e do voluntariado que<br />
ações trabalhistas parecem não fazer parte das inquietações dos profissionais<br />
envolvidos, pelo fato <strong>de</strong> não terem vínculo empregatício com o Estado, apesar<br />
<strong>de</strong> executarem suas políticas sociais. Sentem-se fazendo parte <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong><br />
pessoas solidárias, comprometidas n<strong>uma</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajuda h<strong>uma</strong>nitária.<br />
É nesse cenário que <strong>de</strong>vem se inserir os jovens empreen<strong>de</strong>dores<br />
sociais egressos do JUVEMP. Lembramos, contudo, que o sucesso nessa<br />
inserção, pressupõe, antes <strong>de</strong> tudo, o <strong>de</strong>senvolvimento das características<br />
atitudinais voltadas para o empreen<strong>de</strong>dorismo social, haja vista que as causas<br />
da pobreza, no i<strong>de</strong>ário do empreen<strong>de</strong>dorismo, estariam na ausência <strong>de</strong>ssas<br />
características na maioria da população.<br />
Sob essa ótica, a exclusão social seria justificada pela ausência<br />
<strong>de</strong>ssas qualida<strong>de</strong>s, sendo, portanto, <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> dos empreen<strong>de</strong>dores<br />
sociais favorecerem o processo <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong>sses setores excluídos.